Em um janeiro com temperaturas que batem diariamente na casa dos 40 graus, sucedem-se denúncias a respeito de animais deixados ao sol, presos em terrenos baldios ou outros locais. Matéria publicada na Gazeta do Sul dessa terça-feira, 18, mostrou a preocupação de pessoas e organizações de protetores com a situação, em especial, de cavalos amarrados em vários pontos de Santa Cruz do Sul, sem proteção contra o calor inclemente. Como se animais não sofressem. São práticas que configuram maus-tratos.
Mas por que um animal deve padecer? É quase a mesma pergunta que se faz o protagonista do filme Domando o Destino (2018), da diretora Chloé Zao (a mesma do oscarizado Nomadland). Conta a história verídica de Brady Jandreau, um domador de cavalos selvagens e veterano de rodeios. Apesar da experiência nesse meio, ele sofre um acidente grave: em uma das competições, Brady cai e é pisoteado na cabeça pelo cavalo. Entra em coma e escapa da morte por muito pouco. Para sobreviver, tem de passar por uma cirurgia que implanta uma placa de metal em seu crânio.
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Mas por quê? Quando Brady Jandreau esteve gravemente ferido, quase morto, ele foi socorrido, hospitalizado e submetido a uma cirurgia que salvou sua vida. Depois, passou por uma rotina de tratamentos de reabilitação. Então, por que apenas o ser humano tem direito a sobreviver e seguir adiante? Por que somente o animal deve sofrer e morrer?
Aqui entre nós: se mal conseguimos caminhar por alguns minutos sob o sol tórrido dos últimos dias, se não suportamos muito tempo, por que os animais precisam ficar expostos durante horas, manhãs, tardes escaldantes? Presos? Por que motivo eles devem sofrer?