Mais uma vez, Santa Cruz do Sul se destacou em nível nacional na criação de postos de trabalho com carteira assinada. Conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o município foi o segundo que mais empregou no Brasil no primeiro semestre deste ano. Os números reforçam algo que há muito vem se tornando claro: a cidade-polo do Vale do Rio Pardo vem enfrentando melhor a recessão do que o restante do País. E a fumicultura é o principal fator por trás disso.
De acordo com o Caged, entre janeiro e junho foram registradas 5.107 contratações a mais do que demissões em Santa Cruz. A maior parte dessas vagas são temporárias e correspondem à demanda de trabalhadores sazonais gerada pelas indústrias de tabaco. O grande volume de safreiros contratados todos os anos pelas empresas é o que faz o município despontar no ranking da empregabilidade. Este ano, a produção expressiva que saiu das lavouras (695 mil toneladas, ante 525,2 mil no ciclo anterior, conforme a Afubra) levou a um aumento de 50% no número de contratos. Ao todo, foram 2 mil trabalhadores a mais.
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A realidade fica mais evidente quando comparada com outras localidades. Entre janeiro de 2014 – ano em que a crise teve início – e dezembro do ano passado, pouco mais de mil vagas foram fechadas em Santa Cruz, o melhor saldo entre as maiores economias do Rio Grande do Sul. Em Caxias do Sul, por exemplo, que é um dos maiores polos metalmecânicos do Brasil, foram 24,6 mil empregos perdidos, enquanto em Porto Alegre foram mais de 30 mil (veja quadro abaixo).
RANKING NACIONAL
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O QUE MAIS FAVORECE O MUNICÍPIO
SAZONALIDADES
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PERFIL DA INDÚSTRIA
A maior parte da produção industrial local é dedicada a bens de baixo valor agregado, cuja demanda é menos prejudicada em momentos de crise como o atual, diferente de mercadorias de luxo. Setores como o automotivo, por exemplo, tendem a ser mais atingidos.
NOVOS INVESTIMENTOS
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Alguns investimentos recentes feitos nos últimos anos geraram uma nova demanda de empregos que ajudou o município a enfrentar a crise. É o caso da GAM, distribuidora de medicamentos que se instalou em Santa Cruz em 2014 e mantém hoje cerca de 200 funcionários efetivos. Outras empresas do setor logístico também vêm se expandindo.
O RASTRO DA CRISE
Quantos postos de trabalho foram fechados entre janeiro de 2014 e dezembro de 2016 nas maiores economias do Estado:
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Porto Alegre -30.859
Caxias do Sul -24.657
Canoas -9.418
Gravataí -8.323
Rio Grande -7.686
Novo Hamburgo -5.664
Pelotas -3.833
São Leopoldo -3.279
Passo Fundo -1.383
Santa Cruz do Sul -1.029 n