Saúde e Bem-estar

Prevenção é aliada da saúde renal; veja o que diz especialista

Nesta quinta-feira, 13, é o Dia Mundial do Rim. Celebrada anualmente, a data é amplamente divulgada durante todo o mês de março para incentivar cada vez mais pessoas a adotarem medidas preventivas à Doença Renal Crônica (DRC). Neste ano, a campanha organizada pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) tem como tema “Seus rins estão Ok? Faça exame de creatinina para saber”. Além disso, a Fundação Pró-Rim, com matriz em Joinville (SC) e filiais em outras cidades catarinenses e também no Tocantins, vai fazer uma série de ações nos municípios onde possui clínicas instaladas.

Estão previstas palestras em escolas e universidades, visitação às clínicas de hemodiálise, orientações e atividades de prevenção em locais públicos com aferição de pressão e teste rápido de glicemia capilar e de creatinina. O objetivo é fazer um estudo para rastreamento da doença renal crônica com adultos com fator de risco para essa comorbidades (pessoas com hipertensão, diabetes, obesidade, tabagistas e pacientes com mais de 60 anos).

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A Doença Renal Crônica é silenciosa e altera a capacidade dos rins em filtrar o sangue e eliminar as impurezas da urina. Em Santa Cruz do Sul, a clínica UNI-RIM presta atendimento para todos os estágios da DRC há 37 anos. Um dos profissionais que está à frente da equipe é o médico nefrologista Homero Agra. Em entrevista à Gazeta do Sul, ele traz informações sobre as formas de detectar precocemente a doença, tida como um problema de saúde pública, e destaca as possibilidades de tratamento.

Entrevista – Homero Agra – Médico nefrologista

  • Gazeta do Sul – Como se caracteriza a Doença Renal Crônica? A DRC se caracteriza pela lenta e progressiva perda da função dos rins, causando uma retenção de líquidos e de escórias nitrogenadas, representadas principalmente pela ureia e creatinina. Há também a retenção no sangue de eletrólitos, como o sódio e o potássio, assim como retenção de ácidos, que nos estágios mais avançados pode tornar impossível a manutenção da homeostasia, com consequente risco de morte. A DRC é dividida em cinco estágios e no estágio cinco está indicado o tratamento por hemodiálise. A doença renal crônica acomete 10% da população mundial.
  • Quais os principais sintomas ou sinais de alerta? Os principais sintomas são cansaço progressivo, falta de ar, náuseas/vômitos, inapetência, câimbras e prurido generalizado. Pode haver hipertensão arterial, anemia e perda de peso. Nos pacientes diabéticos pode comprometer vários órgãos. Mas também é importante frisar que a DRC pode não causar nenhum sintoma, mesmo nos estágios avançados, fazendo com que a prevenção seja de muita importância.

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  • De modo geral, acomete mais homens ou mulheres? Por quê? A DRC afeta mais mulheres. A diabete mellitus e as doenças imunológicas, como o Lúpus, são mais frequentes nas mulheres e são causas de perda de função renal. Na gravidez, pode haver o risco de hipertensão com consequente eclampsia.
  • Quem está mais suscetível a desenvolver a doença? Existe algum grupo de risco? As principais doenças que podem ocasionar a DRC são a hipertensão arterial e diabete mellitus. Outras doenças, como glomérulonefrites (doença renal primária), doenças autoimunes, como o Lúpus Eritematoso Sistêmico e Doença Renal Policística Hereditária, também são causas de DRC. Mas hipertensos e diabéticos podem ser considerados grupo de risco. Além disso, pacientes cardiopatas, homens idosos com problemas de próstata, assim como pessoas com familiares com DRC também são suscetíveis. Crianças com infecção urinária de repetição não investigada podem desenvolver Nefropatia do Refluxo e essa também pode ser uma causa de DRC.
  • É possível prevenir? Sim, é possível prevenir. Aliás, hoje a DRC é considerada um problema de saúde pública e deveria ser diagnosticada nos postos de saúde. O clínico-geral está apto a solicitar exames de creatinina no sangue e pesquisa de proteína na urina. São dois exames simples e baratos que todas as pessoas, principalmente as dos grupos de risco, deveriam realizar. Vale lembrar, como dito anteriormente, que a DRC pode ser assintomática até mesmo nos estágios mais avançados, sendo que muitas vezes o diagnóstico só é possível com a realização desses exames.
  • Quando diagnosticada, quais as formas de tratamento? Existem três formas de tratamento. O tratamento conservador, dos estágios um ao quatro, consiste em medicamentos e dieta para tratar a causa (exemplo: hipertensão ou diabete) com o intuito de retardar a progressão da DRC. No estágio cinco, a terapia por métodos dialíticos, como a Hemodiálise ou Diálise Peritonial Contínua, está indicada. O tratamento definitivo da DRC é o transplante renal.
  • Na maioria dos casos, o tratamento é eficiente? Sim, todas as formas de tratamento são eficazes. E a hemodiálise, hoje, está muito segura e devolve o paciente ao seu convívio familiar e social.

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Cláudia Priebe

Cláudia Priebe é natural de Candelária (RS). Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) desde 2005, onde também concluiu especialização MBA em Agronegócios, em 2008, começou a atuar na área ainda em 2002. Sua primeira experiência foi no meio impresso, no Jornal de Candelária, local em que, por mais de dois anos, desenvolveu atividades como repórter, fotógrafa e revisora. Entre 2005 e 2008 atuou no grupo das Rádios Sobradinho AM 1110 e Jacuí FM 97,3, em Sobradinho (RS). Nesse período desenvolveu atividades como redatora, repórter de rua, locutora e produtora de programas jornalísticos, além de fazer apresentações de eventos promovidos pelas duas emissoras. Em 2008 retornou para o meio impresso, desta vez para o jornalismo especializado, e atuou como jornalista freelancer da Editora Gazeta, da Gazeta Grupo de Comunicações. De 2009 a 2015 integrou a equipe da Folha de Candelária, também em Candelária, tendo acumulado as funções de repórter, fotógrafa, revisora e subeditora nos três primeiros anos e a edição geral, coordenando uma equipe de outros quatro repórteres, nos três anos finais. Nesse mesmo período prestou serviços para a Cassol Publicidade e Propaganda, de Candelária, na redação semanal das sessões da Câmara de Vereadores de Candelária. Entre os anos de 2015 a 2023 atuou como assessora de imprensa do Sindicato dos Empregados no Comércio de Santa Cruz do Sul, sendo responsável pela comunicação interna e externa da entidade, bem como pela produção e edição de materiais gráficos diversos. Em 2023 retornou para a Gazeta Grupo de Comunicações, onde atualmente se dedica à produção e edição de conteúdo para os cadernos especiais do jornal Gazeta do Sul e de conteúdos patrocinados para o Portal Gaz, atendendo clientes de segmentos como comércio, indústria e prestação de serviços. Eventualmente, atua, também, como revisora do jornal.

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