Primeira mão única de Santa Cruz gerou polêmica há 54 anos

Em 5 de fevereiro de 1970 (há exatos 54 anos!), foi implantada a primeira mão única em Santa Cruz do Sul, na Rua Tenente Coronel Brito. Mesmo tendo apenas uma quadra, entre a Ramiro Barcelos e a Júlio de Castilhos, a iniciativa gerou bastante polêmica.

A mudança surgiu devido às queixas em relação aos ônibus que chegavam ou saíam da Estação Rodoviária, que ficava na esquina da Brito com a Júlio. Moradores e comerciantes reclamavam dos coletivos vazios que permaneciam o dia todo parados na frente das casas ou das lojas. Os demais motoristas não conseguiam transitar devido às tranqueiras na área.

LEIA TAMBÉM: Memória: raspa-pés e palanques eram comuns em Santa Cruz

Para amenizar os problemas, a Prefeitura adotou a mão única. Com a medida, os motoristas só podiam transitar na atual quadra do ginásio Luisão no sentido sul-norte. Todos os ônibus que vinham para o terminal ingressavam na Brito pela Ramiro Barcelos ou pela Capitão Fernando Tatsch, dependendo da origem. Na saída, entravam à esquerda na Júlio de Castilhos, seguindo para seus destinos via ruas Venâncio Aires, Ernesto Alves ou Carlos Trein Filho.

Os coletivos paravam de ré junto à calçada. Linhas tradicionais para Venâncio Aires e Candelária, por exemplo, ficavam dentro da área coberta de embarque e desembarque (hoje é espaço de lojinhas). Dali, saíam pelos fundos do terminal (estacionamento da farmácia São João) e acessavam a Júlio. A nova regra ainda proibiu a permanência de ônibus vazios no Centro.

LEIA TAMBÉM: Ernesto Hennig: dono do primeiro automóvel de passeio de Sinimbu

A mão única não agradou. Muitos motoristas entravam na contramão na Brito. Os coletivos de ré ofereciam riscos aos pedestres, sem contar que a calçada ficava tomada pelas bagagens. Em 4 de outubro de 1970, o prefeito Edmundo Hoppe acabou com a medida. Em 1982, a Rodoviária saiu do Centro. Hoje, a Tenente Coronel Brito é mão única em toda sua extensão, no sentido norte-sul.

LEIA MAIS TEXTOS DE ZÉ BOROWSKY