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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Projeto deve preservar os cultos religiosos em Santa Cruz

O Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir) contestou o projeto de lei aprovado na semana passada, na Câmara de Vereadores de Santa Cruz, que aumenta a punição em até R$ 4 mil em casos de maus-tratos contra animais. Em documento encaminhado ao prefeito Telmo Kirst (PP), o órgão reivindicou o veto à proposta, sob alegação de que a medida pode abrir margem à intolerância religiosa. No entanto, o exercício de rituais que envolvem o sacrifício de bichos é garantido pela legislação estadual.

Desde 2004, o Código Estadual de Proteção aos Animais prevê o “livre exercício dos cultos e liturgias das religiões de matriz africana”. Atualmente, está na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação movida pelo Ministério Publico Federal (MPF) para que esse trecho seja considerado inconstitucional. O julgamento, porém, ainda não aconteceu.

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Para a autora da proposta, a vereadora Bruna Molz (PTB), a medida não afeta e não teve intuito de prejudicar cultos de matriz africana. “Eu iria adorar terminar com os sacrifícios de animais em rituais religiosos, mas a legislação não permite”, comentou. Ainda segundo Bruna, o projeto não cria novas punições, apenas aumenta o valor das multas. 

Segundo o secretário de Meio Ambiente, Anderson Mainardi, o projeto está sob análise para verificar se não há “vício de constitucionalidade”. 
Entenda

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No Estado

Em 2015, um projeto de lei da deputada estadual Regina Becker Fortunati (Rede) retirava do Código Estadual de Proteção aos Animais o dispositivo que garante a realização de cultos religiosos que envolvem sacrifício de animais. A proposta, porém, acabou derrubada. À época, houve grande mobilização de representantes de religiões de matriz africana.

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Somente duas vertentes das religiões de matriz africana, o batuque e a quimbanda, utilizam animais em seus rituais. No entanto, o coordenador da Comissão do Povo de Terreiro do Compir, o umbandista Marcos André Zerbielli, conhecido como Marcos de Ogum, explica que, na grande maioria das vezes, após a sacralização – como são chamados os rituais que envolvem animais –, os fiéis consomem ou doam o alimento. O sacerdote assegura que nenhuma espécie é maltratada. “Os animais são sacralizados porque são a representação divina das entidades. Nem poderíamos maltratar, seria desrespeitoso”, acrescenta. 

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