Projeto Leia Mulheres se destaca no Prêmio Jabuti

O projeto Leia Mulheres, que busca valorizar a produção literária feminina e a leitura, foi finalista do Prêmio Jabuti na categoria Iniciativas de Fomento à Leitura. O projeto não foi premiado, mas segue inspirando pessoas em diversas cidades do País.

Criado em 2015, o Leia Mulheres é uma rede de clubes de leitura inspirada na campanha #ReadWomen2014, da britânica Joanna Walsh, que chamava atenção para a desigualdade de gênero no mercado editorial. O primeiro encontro ocorreu em São Paulo.  A partir da iniciativa de três mulheres apaixonadas pela leitura, o grupo cresceu e esteve presente em mais de cem cidades no Brasil e no exterior, garantindo aproximadamente 400 mediadoras voluntárias.

LEIA MAIS: Festival de Balonismo de Venâncio Aires começa nesta quarta; veja caderno especial

Em Santa Cruz do Sul, a iniciativa atua desde 2020 e é liderada por Luana Ciecelski, jornalista e doutoranda em Letras; Rosiana Kist, doutoranda em Letras; e Ana Luiza Martins, professora e doutora em Letras. Os encontros do grupo ocorrem mensalmente em diferentes lugares do município. Abertos a todos os públicos, eles não exigem inscrição e são gratuitos. Qualquer pessoa interessada pode participar, inclusive homens. 

Segundo as mediadoras, o grupo recebeu a notícia da classificação no prêmio com muita alegria, em razão do trabalho voluntário realizado por centenas de mulheres há mais de dez anos em todo o Brasil e há cinco anos em Santa Cruz. “Nos honra fazer parte de um grupo que desenvolve um trabalho importante de visibilização de escritoras e da literatura feminina”, afirma Rosiana.

LEIA MAIS: Sessão do Amigos do Cinema vai exibir o filme “Até que a Música Pare” nesta terça

Para Ana Luiza Martins, a indicação ao Jabuti é motivo de alegria, mas também de reflexão. Ela destaca que, embora o reconhecimento seja um avanço, é impossível ignorar o papel que grandes premiações desempenham na manutenção da desigualdade de gênero no meio literário. “Sabemos que esses prêmios estão entre os responsáveis pela pouca visibilidade que as mulheres ainda têm no mercado editorial”, observa, citando o Nobel de Literatura como exemplo – em mais de um século de existência, apenas 18 mulheres foram premiadas.

Para elas, o contexto é de mudança lenta, mas significativa. “Ficamos felizes com a indicação porque mostra mais um pequeno passo dado. O prêmio não veio para o Leia Mulheres, mas isso não diminui em nada o orgulho que temos de fazer parte deste trabalho”, diz Luana. 

LEIA TAMBÉM: Santa Cruz do Sul: fonte de identidade e gratidão

Próximas atividades

O grupo Leia Mulheres de Santa Cruz realizará o encontro de novembro no dia 29. O livro em discussão será Nós: O Atlântico em Solitário, de autoria de Tamara Klink. A obra combina aventura, reflexão pessoal e um relato inspirador sobre a resiliência feminina nos espaços públicos. Em dezembro, no dia 13, a leitura será O livro das semelhanças, de Ana Martins Marques. O local ainda não foi definido. 

Para acompanhar todas as informações sobre o clube, as leituras e os encontros, basta seguir no Instagram @leia_mulheres_scs. Em breve, as primeiras leituras de 2026 também serão divulgadas. 

LEIA MAIS: Cantoras da Liberdade realiza primeira apresentação no Presídio Feminino de Rio Pardo

Encontro em novembro

Data: dia 29
Horário: 16h30
Local: Pasqualine Gourmet (Avenida Senador Pasqualini, 226)
Livro: Nós: O Atlântico em solitário, de Tamara Klink
Mediação: Ana Luiza Martins, Luana Ciecelski e Rosiana Kist

LEIA MAIS NOTÍCIAS DE CULTURA E LAZER

QUER RECEBER NOTÍCIAS DE SANTA CRUZ DO SUL E REGIÃO NO SEU CELULAR? ENTRE NO NOSSO NOVO CANAL DO WHATSAPP CLICANDO AQUI 📲. AINDA NÃO É ASSINANTE GAZETA? CLIQUE AQUI E FAÇA AGORA!