Partidos e candidatos sem promessas não combinam com o processo eleitoral. Uma referência comum em qualquer programa partidário de governo diz respeito ao compromisso de democratização do orçamento público, tanto do ponto de vista de sua publicidade e divulgação quanto de sua feitura.
Comparados os níveis de transparência orçamentária desde 1990 aos dias de hoje, percebe-se que muita coisa mudou para melhor. Outrora representadas por volumosos livros e pastas, hoje as informações estão disponíveis em meio eletrônico nos sites dos poderes Legislativo e Executivo.
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Mas publicidade, divulgação, compromissos formais, fidelidade fiscal e contábil, por exemplo, não garantem a necessária transparência e participação, haja visto que a maioria das pessoas não consegue entender o que ali está (d)escrito.
Nesse sentido, voltando às promessas eleitorais, sobretudo relacionadas ao plano de governo, conclui-se que é obrigação dos partidos, dos políticos e dos governantes fazer com que a comunidade se interesse e entenda os números e as informações contidas no orçamento público.
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Se as informações são apresentadas de modo a favorecer maior compreensão e análises comparativas, além de conter um painel completo das finanças, o conjunto adquire qualidade e veracidade.
Consequentemente, em perspectiva otimista, podem vir a crescer a participação da comunidade e a transparência existente na elaboração, na execução e fiscalização do gasto público.
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Mas há um grave obstáculo a ser superado. O maior de todos. Em quase todas as casas legislativas, em todos os níveis de governo, o orçamento público é votado tardia e açodadamente.
Regra geral, a culpa é do Poder Executivo, que atrasa propositalmente a remessa da proposta orçamentária ao Poder Legislativo para encurtar o debate público e parlamentar e “forçar-acelerar” sua aprovação.
Por isso, enquanto não houver maior participação, divulgação, esclarecimentos e debate público, simplificação da linguagem, clareza e exatidão na execução orçamentária, permanecerá o rótulo pejorativo (do orçamento público) de “peça de ficção” e “caixa-preta”.
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