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Promotor do GP do Brasil garante etapa em 2017

O promotor do GP do Brasil de Fórmula 1, Tamas Rohonyi, descartou qualquer risco quanto à realização da corrida nos próximos anos. Ele minimizou a polêmica com o asterisco no calendário temporário do Mundial da temporada de 2017. “Eu diria que a importância disso é zero. O risco (de sair do calendário) é zero. Na verdade, é menos que zero”.

A polêmica sobre a presença do GP na temporada de 2017 surgiu no fim de setembro, quando a organização da Fórmula 1 divulgou o calendário provisório. A etapa de São Paulo aparecia com o status de “sujeito à confirmação”. A notícia surpreendeu os organizadores brasileiros, que haviam renovado o contrato com a FOM em abril de 2014. Pelo acerto, o Brasil receberia uma das etapas do campeonato até 2020.

“Confesso que eu não entendi o porquê. Pode ter sido um erro administrativo”, disse Rohonyi. O promotor lembrou da reforma recente em Interlagos, a um custo de aproximadamente R$ 160 milhões, feita em contrapartida à renovação do contrato.

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GP do Brasil dá prejuízo de R$ 98 milhões

O GP do Brasil de Fórmula 1 não passou imune à crise econômica. Em sua 45ª edição, a corrida perdeu importantes patrocinadores e deve apresentar prejuízo de US$ 30 milhões (cerca de R$ 98 milhões) neste ano. A maior baixa foi a Petrobras, que até batizava o GP. A estatal sofre com duras perdas econômicas em meio às investigações da Operação Lava Jato. A etapa brasileira também ficou sem o apoio da Shell.

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GP do Brasil é realizado de forma ininterrupta desde 1972
Foto: Sutton Images

“Neste ano certamente não vamos conseguir fechar as contas”, revelou Tamas Rohonyi, em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S.Paulo. “Deve dar um prejuízo de US$ 30 milhões”. Sem revelar detalhes sobre as finanças do GP, ele atribui o pesado déficit às perdas dos patrocínios da Petrobras e da Shell. A estatal petroleira vive momento ruim e fechou o terceiro trimestre deste ano com prejuízo de R$ 16,4 bilhões. O resultado negativo é o terceiro maior da história da empresa.

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Os números do GP do Brasil, no entanto, não causam preocupação imediata ao promotor da prova. Pelo acordo que tem com a Formula One Management (FOM), esta perda é saldada pela empresa que administra a F-1. “O contrato que temos com ela é que, se não conseguirmos fechar as contas, a empresa paga. É o contrato que temos atualmente. Claro que isso incomoda a FOM, mas esta é uma decisão estratégica dela”.

Tamas admite não saber por quanto tempo a FOM sustentaria o prejuízo do GP do Brasil, caso as baixas se estendam por mais anos. “Talvez aguente um ano, dois anos. Em 2017, o ‘buraco’ deve ser de US$ 3 ou US$ 5 milhões, o que obviamente não vai fazer muita diferença na vida da FOM. Agora, US$ 30 milhões dói, né?”, disse.

Bernie Ecclestone não garante GP Brasil no calendário

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O GP Brasil corre riscos de ficar de fora do calendário 2017 do Mundial de Fórmula 1, segundo o diretor executivo da categoria, Bernie Ecclestone. De acordo com o octogenário, questões financeiras seriam os principais empecilhos para a realização da etapa brasileira.

Bernie Ecclestone se reuniu com o presidente Michel Temer
Foto: FOWC

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Questionado sobre as chances de o Brasil receber a F1 no ano que vem, o britânico deu um indicativo longe de ser positivo para os fãs da categoria no País. “Eu não apostaria o meu dinheiro nisso, talvez colocaria o seu”, afirmou o dirigente de 86 anos, sempre arisco em suas respostas.

Ecclestone também refutou ter pedido financiamento federal para a realização do GP Brasil ao presidente Michel Temer, com quem teve uma reunião na última quarta-feira, em Brasília.

“Eu não pedi nada a ele. Apenas quis encontrá-lo e ver como ele se sente sobre as coisas em geral. Ele acha que a F1 foi boa para o Brasil, ou não? Provavelmente tem sido boa para São Paulo. Se é boa para o resto do Brasil, que sabe? Eu não tenho ideia do que ele pode fazer como presidente. Este País vive um momento político conturbado. Ele assumiu o cargo recentemente”, contou Bernie, explicando os fatores econômicos que podem inviabilizar a corrida em pista nacional.

“Eles gastaram muito dinheiro para ter os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo, e São Paulo sofreu um pouco com isso. O promotor tentou seguir com a corrida e, lucrando ou não, não saíram no prejuízo. Então, no fim, quem saiu perdendo fomos nós, porque eles não podem nos pagar”, esclareceu.

João Caramez

Em 2010, aceitei o convite para atuar como repórter estagiário no Portal Gaz, da Gazeta Grupo de Comunicações. Era o período de expansão do site, criado em 2009, que tornou-se referência em jornalismo online no Vale do Rio Pardo. Em 2012, no ano da formatura na graduação pela Unisc, passei a integrar a equipe do jornal impresso, a Gazeta do Sul, veículo tradicional de abrangência regional fundado em 1945. Com a necessidade de versatilidade para o exercício do jornalismo multimídia, adquiri competências em reportagem, edição, diagramação e fotografia para a produção de conteúdo em texto, áudio e vídeo. Entre as funções, fui editor de País/Mundo e repórter de Geral. Atualmente, sou repórter de Esporte e produzo conteúdo para o site Portal Gaz e jornal Gazeta do Sul. Integro a mesa de debatedores do programa 'Deixa Que Eu Chuto', da Rádio Gazeta FM 107,9, desde 2018. Em 2021, concluí uma pós-graduação em Gestão Estratégica de Negócios pela Ulbra.

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