Escrevo estas linhas ainda sob o impacto do penúltimo encontro da 2ª Festa Literária (2ª Fliscs), uma promoção do Sesc que, podem apostar, vai render um bom aproveitamento para a vida de todos os envolvidos, por muitos e muitos anos afora. Agora são 10h17 de quinta-feira e este suplemento fecha no comecinho da noite. Eu preciso estar ligado para não atrasar o processo.
Acabei de chegar do Cemeja, onde encontrei professores legais, mestres de uma turma bacana, de alunos bem educados, respeitosos e interessados. Tinha creme de leite na merenda.
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No total, foram 12 escolas visitadas, por 13 escritores de Santa Cruz do Sul, divididos em duplas, em conversas mediadas por mim. Todos sempre muito bem amparados pela agente de cultura e lazer do Sesc, a Elisângela Eichner. Por uma questão de agenda, e tal, ficou uma escola para trás, a São Canísio, e dia 30, pela manhã, estaremos lá para passar a régua.
E eu estou escrevendo tudo isto assim, em forma de diário, mesmo, proposital, porque a pergunta que mais ouvi nestas últimas duas semanas foi: “Como é que a pessoa faz para começar a escrever?”.
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Mas, atenção: só é bom escritor quem também é bom leitor. Creia: uma coisa está completamente associada e imersa na outra. Agora são 10h37 e eu que fui interrompido por questões externas até aqui – telefone, colegas e tal – escrevi tudo isto em rápidos dez minutos simplesmente porque eu sou um cara que gosta de ler e, às vezes, escrevo como quem fala, pois que também para falar bem é a leitura um fator preponderante.
Não sabe o que quer dizer “preponderante”? Pois é, você tem que ler mais.
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E tem uma leva de novos autores vindo aí, dos bancos escolares, perspicazes e de qualidade. Tudo isso me tocou profundamente. Mas aquele corredor de aplausos que fizeram para nós – eu, Rudinei Kopp e Romar Beling – no pátio da Duque de Caxias me emocionou tanto que, só de lembrar agora, quinta-feira, 10h45, me dá uma baita vontade de chorar, baixinho. Isso nunca tinha me acontecido antes: um corredor de aplausos.
Muito obrigado (10h46)!
Poesia da festa
Separei aqui três poemas que foram produzidos no decorrer da 2ª Festa Literária de Santa Cruz do Sul (2ª Fliscs).
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Doce lugar
Desde pequeno
Sempre escuto
Que em Santa Cruz do Sul
Não há lugar seguro.
Mas quem fala isso
Não conhece meu mundo,
Pois só o chamam
De bairro obscuro.
Se perguntar de onde venho,
Pode não acreditar em mim,
Mas digo que venho de um lugar seguro.
Pois venho do Camboim.
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Nossa união faz nossa força.
Nosso amor faz nossa saúde.
Nossa fé fortalece nossa esperança.
Nosso trabalho é nossa virtude.
Fazer o quê?
Sempre foi assim.
Desde o tempo de nossos avós:
Não adianta sair do Camboim,
Se o Camboim não sai de nós.
Vinícius Gabriel Vaz, aluno na Bom Jesus
Galo velho
Aos escritores se escutou
O Mauro recitou
E o galo, maldito,
Não parou.
Tiago Corrêa, professor na Guido Herberts
Dina
Leopoldina, Leopoldina,
perna grossa, perna fina,
grita mais que uma buzina,
tem perfume de latrina
e escorrega em parafina.
Leopoldina, Leopoldina,
que saudade de você…
Tua ausência me chateia,
não consigo nem comer.
Mauro Ulrich, mediador exibido.