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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Recordar é viver

Lembrei-me de alguns fatos que aconteciam na colônia no meu tempo de guri. Tratar as galinhas, serviço leve, era tarefa das mulheres. O primeiro milho era dado no clarear do dia. À noite, dormiam no galinheiro, enfileiradas nos poleiros, a fim de evitar que alguma raposa as devorasse durante o merecido sono, já que durante o dia perambulavam pelo imenso pátio da propriedade catando minhocas e gafanhotos.

Antes de libertar as galinhas do seu cativeiro noturno, a dona de casa examinava-as com um dos dedos da mão para detectar se havia ovo na sua “porta de saída” – “Untersuche das Huhn, wenn es ein Ei hat”. Em caso positivo, essas ficavam presas para pôr os ovos nos ninhos do cercado.

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Esse cuidado com as galinhas poedeiras era importante. Os colonos não podiam prescindir desse alimento. Sabiam da sua importância nutritiva.

Observem como era simples a vida no interior. O mundo naqueles tempos pretéritos andava devagar. Os ensinamentos vinham de pai para filho. As notícias que chegavam da cidade eram privilégio para poucos que possuíam um rádio ou liam algum jornal. Meu pai era um deles. Os colonos se obrigavam a dar uma paradinha na casa do seu Edwin (Edwino) Haeser para saber das últimas novidades.   

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Na época da Segunda Guerra Mundial, a apreensão dos colonos alemães era enorme. Sofriam perseguições, principalmente nas cidades. Vinham buscar informações do andamento da guerra. O rádio era o principal veículo de informação instantânea naqueles tempos. Seu Edwin deixava-os informados, traduzindo os noticiários para a língua alemã, único idioma de comunicação entre as famílias dos imigrantes e também usual nas salas de aula das comunidades.

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