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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Remédios amargos e doces

Folheando edições passadas da nossa Gazeta do Sul, que já tem 76 longos anos de histórias da região para contar, deparo com recordações do distante 1949, feitas pela ex-colega Mara Pante em coluna semelhante à atual de outro colega, José Augusto Borowsky, citando remédios divulgados em comerciais da época. Chamam atenção nomes de produtos que já não mais se usam e eram indicados então, em especial, para doenças respiratórias, que se manifestam de forma mais intensa nestes períodos críticos de inverno.

Tosse? Bromil! O amigo do peito – era um dos anúncios. Outro: Óleo de Fígado de Bacalhau, no tratamento de tosses e bronquites. Mais um: Cuidado com as afecções das vias respiratórias, use Creo-Cálcio Jobim. Assim para outros males, apontavam-se soluções: Reumatismo, nevralgias, dores musculares, use linimento Ellwanger (nome que aparecia também em recalcificante composto de sais minerais, fósforo e ferro, o remédio das crianças no período de crescimento e dentição); fastio, dores no estômago, azias, náuseas – Estomanol, o melhor de todos. E ainda diante do chão frio, recomendava-se proteger a saúde usando o novo calçado de então: Alpargatas.

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Entre os que resistem bravamente está também a amarga Olina, para melhorar sintomas digestivos e hepáticos. Dela pessoas próximas se lembram pela sua mistura na água e açúcar, lá pelos anos 1980, para fazer um refresco, que, mesmo assim, continuava amargo, mas era a forma encontrada pelas mães para alcançar um líquido diferenciado às crianças e aos jovens, inclusive roqueiros em ensaios caseiros. E entre os refrescos, não faltava o doce suco de framboesa, que minha nonagenária sogra não deixa de tomar, enquanto sua irmã, que também chegou perto de 100 anos, usava o açucarado produto dessa fruta junto à amarga “catinga-de-mulata” e cachaça para fazer gostoso aperitivo aos domingos.

E por citar sogra e remédios, não há como não referir seu verdadeiro vício em medicamentos (são mais de dez, para dormir, para ansiedade, para pressão, para tireoide, para não sei mais o quê), do qual não consegue abrir mão e, levando em conta sua idade (92 anos) e ainda seu bom estado físico, leva a pensar, mesmo no meu caso que gosto de usar produtos orgânicos, que os químicos não devem ser depreciados. O mesmo pode ser aplicado no caso do álcool e da tia anciã mencionada, que, ao contrário da irmã, não tinha fármacos em casa, mas, de vez em quando, e em doses moderadas, recorria à “cachacinha”, que dizia ser seu “único remédio”. Diante de tais relatos e de polêmicas que se alastram sobre essas questões, resta considerar que cada um busque o recurso que, junto com o médico, julgar mais adequado e alivie suas dores, assim como para dores da alma, entre outros lenitivos, vale dizer que “rir é o melhor remédio”.

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