A criação da CPI do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) foi anunciada na manhã desta quarta-feira, 29, pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O objetivo da comissão será investigar um suposto esquema de fraudes no órgão ligado ao Ministério da Fazenda, o qual é responsável por julgar recursos de autuações fiscais. Os nomes dos integrantes da CPI deverão ser indicados pelos líderes partidários.
O requerimento para criar a comissão contou com 42 assinaturas, sendo que o mínimo necessário era 27, e foi apresentado pelo senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO). De acordo com Calheiros, caso os líderes dos partidos não indiquem nomes, o Senado deverá indicar os integrantes de forma imediata para que a CPI comece a trabalhar.
A Carf é um órgão no qual os contribuintes podem contestar administrativamente multas aplicadas pela Receita Federal. De acordo com a Polícia Federal, empresas, escritórios de advocacia e contabilidade, servidores públicos e conselheiros do Carf teriam participado de um esquema que manipulava julgamentos e reduzia a cobrança de impostos e multas aplicadas a cerca de 70 grupos e empresas. Entre os investigados, estão os gaúchos Gerdau, Marcopolo e RBS. A Operação Zelotes já comprovou prejuízos de R$ 6 bilhões aos cofres públicos. No entanto, há indícios de que o valor passe de R$ 19 bilhões.
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