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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Reportagem do Fantástico aponta envolvimento de pessoas da região em fábricas clandestinas de cigarro

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Uma reportagem exibida na noite desse domingo, 2, no Fantástico, da Rede Globo, mostra como funciona o esquema para montar fábricas clandestinas de cigarros paraguaios no Rio Grande do Sul. O programa apontou o possível envolvimento de pessoas da região no esquema: a Botucaraí Tabacos, de Candelária, do proprietário Sérgio Lawall e funcionário Tales Ellwanger; e de Cássio Joel de Lara, conhecido como Faísca, que reside em Vera Cruz.

A empresa de Candelária seria responsável por fornecer o tabaco utilizado na fabricação ilegal de cigarros. Já Faísca aparece na reportagem dando dicas de como comprar as máquinas que seriam necessárias para a instalação de uma linha de montagem clandestina para a fabricação de cigarros ilegais. Ele também indicou os contatos para contratar mão de obra especializada.

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uma fábrica clandestina foi fechada em Montenegro no ano passado. No local, um caderno de anotações mostrava a contabilidade da organização criminosa, além de nomes de empresas que forneciam os insumos. No caderno, constava que o tabaco que abastecia a fábrica clandestina vinha da empresa de Lawal e que o nome do vendedor era Tales.

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Foto: Polícia Civil/Divulgação
Empresa de Montenegro foi fechada em dezembro do ano passado

O repórter se passou por representante de um paraguaio interessado em montar uma fábrica e marcou uma visita à empresa, em Candelária. Tales mostrou a fábrica e se prontificou a fornecer tabaco. “O que vocês quiserem, a gente faz. Não tem um mínimo. Pode ser dois maços, duas caixas, um caminhão… Teu chefe tem de vir conversar, te dou tudo desembaraçado. Tu só entra com o caminhão. Tem fumo de R$ 11, R$ 12, R$ 13 o quilo”, detalhou o vendedor.

Já em Vera Cruz a reportagem conseguiu informações para comprar as máquinas, dizendo que seriam para a instalação de uma linha de montagem clandestina. Em uma padaria, no Centro, o jornalista conversou com Cássio Joel de Lara, que já foi alvo de investigações da Polícia Federal ao receptar máquinas agrícolas. Ele explicou todos os passos para montar um “buraco”, apelido dado às fábricas clandestinas de cigarros. Com conhecimento que tenho, consigo. Não quero aparecer. Tem pessoal que tem maquinário na fronteira e faz pra ti. Tu paga R$ 1,2 milhão pelo maquinário e mais uns R$ 300 mil, eles fazem tudo. Tem mecânico, tem eletrônico que entende do assunto. Vão te deixar pronta a máquina, só ligar na tomada e trabalhar”.

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Na sexta-feira passada, conforme noticiou o Portal Gaz, a empresa Botucaraí Tabacos, de Candelária, foi alvo de uma operação da Polícia Civil de Montenegro. A estimativa é de que a empresa tenha sonegado R$ 460 mil em impostos. Pelo menos 14 policiais cumpriram os mandados de busca e apreensão tanto na empresa investigada quanto nas residências dos sócios do empreendimento. Segundo o delegado Paulo Ricardo Costa, no entanto, os sócios não foram encontrados e devem ser apresentados à Polícia Civil pelo advogado da empresa.

Foto: Polícia Civil/Divulgação
Empresa de Montenegro foi fechada em dezembro do ano passado

 

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O que dizem os envolvidos
Tales Ellwanger negou ilegalidades. “Não devo nada, não sei porque a polícia agiu na fábrica. Não comercializamos com paraguaios ou rótulo paraguaio, comercializamos com a indústria brasileira, para exportação. Não vendo tabaco clandestino ou para empresas clandestinas. Não vendo, não faço isso”.

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Já o dono da empresa, Sérgio Lawall, por meio do advogado Paulo Renato Ribeiro, disse que enquanto não tomar conhecimento do inquérito em Montenegro, não pode se pronunciar, mas nega que o cliente faça vendas ilegais.

Cássio Joel de Lara, o Faísca, está com o telefone dele desligado desde quinta-feira, 30. 

Fábrica semelhante foi encontrada em Cachoeira do Sul
Foi sem querer que a Polícia Civil de Cachoeira do Sul fechou a que seria uma das principais fábricas clandestinas de cigarros do Sul do Brasil em novembro de 2017. Ao investigar um suposto assalto a uma fazenda no distrito de Piquiri, distante 38 quilômetros do trevo das BRs 290 e 153, os agentes se depararam com uma complexa operação que falsificava cigarros do Paraguai. Era o crime agindo sobre outro crime (o inimigo número 1 do setor do tabaco no Brasil): o contrabando.

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Quando os policiais chegaram, a fábrica pirata estava abandonada. Havia apenas um carro, uma picape, um trator e um caminhão, todos com pneus furados. A casa e a estrebaria que funcionavam como alojamento dos empregados estavam totalmente reviradas. Um galpão que seria usado como depósito do cigarro pronto para o transporte estava vazio. Ninguém foi preso e o caso foi repassado à Polícia Federal e à Receita Federal de Santa Cruz do Sul.

A reportagem do Portal Gaz esteve no local. Saiba mais no vídeo abaixo:

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