Professoras e professores estão na ordem do dia, o seu dia que é celebrado nesta quarta-feira, 15. Na verdade, deveriam estar sempre neste destaque, porque são a base da sociedade, junto com as famílias, mas infelizmente ambas as bases estão fragilizadas, muito porque se perdeu grande parte do respeito que era devotado aos educadores e aos pais, e da espiritualidade que se associava à educação familiar e escolar.
Foi o que se ratificou novamente em oportunidades recentes, como o encontro de ex-colegas de docência em educandário do interior (hoje cidade, Linha João Alves), promovido pela educadora Ilse Göttert, que atuou por 32 anos (1965 a 1997) na Escola Dona Leopoldina, de 115 anos (inicialmente, Escola Particular Isolada da Comunidade Católica), e deixou um grande legado, como foi unânime ouvir. E qual era esse legado?
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Era basicamente a firmeza/rigidez/exigência, a valorização das questões espiritual/religiosa/familiar, a dedicação incondicional às tarefas (as mais diversas), o comprometimento com a comunidade. E de quem vinha o exemplo? Exatamente de outro professor-modelo para ela: Arthur Rauber, ex-seminarista, que atuou na escola entre 1945 e 1958, “professor muito exigente, de grande cultura geral e cristão exemplar”, define Ilse, que assim lhe possibilitou assumir como professora mesmo tendo só a 5ª série.
Ainda sobre ele, lembra que criou e regeu o Coral da Comunidade, que depois ela também assumiu por um tempo. E o mesmo bom conceito granjeou no Colégio Mauá, onde depois foi professor por muitos anos. A coordenadora do Museu do Mauá, professora Maria Luiza Rauber Schuster, parente distante, recorda de sua “boa fama”, tendo o diretor na época, professor Hardy Martin, pedido apenas desfiliação partidária ao ingressar, e não importando qual a crença religiosa.
Vale referir também o primeiro professor da escola de João Alves, de 1910 a 1917, João Kist Sobrinho, meu parente, que faleceu cedo, aos 38 anos. Sobre sua atuação, o padre jesuíta Inácio Spohr registrou em livro sobre a Paróquia São João Batista de Santa Cruz do Sul: “dele guardarão gratas lembranças os moradores de Rettungs Pikade e Holzpick” (“Picadas da Salvação” e “da Madeira”), nomes dados na época àquela localidade.
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Sobre os professores comunitários, como eram conhecidos, cabe trazer o relato feito em 1920 pelo mestre Frederico Kops (que atuou em Monte Alverne e Sinimbu), sobre o colega educador Carlos Wagner, que lecionou na escola de Linha Araçá por quase 50 anos, a partir de 1906: “Tornou-se uma das melhores de Monte Alverne. De forma exemplar trabalharam a comunidade e o professor, junto com o reverendo clero, no esforço para o alto ideal de formar jovens úteis a Deus, à Igreja e ao País”, avaliou.
Registro outros detalhes sobre ele no mais recente livro (Peter & Lis), de 2024, evidenciando o amplo leque de ação do professor nos mais diversos aspectos da vida comunitária (igreja, sociedades, celebrações, música, canto, instruções e orientações gerais). Em outra publicação (Carl & Ciss), ao abordar “Rigores no aprender”, o educador e líder recebeu também a devida menção, e que familiares seguiram a vocação (filho Pedro Albino, neta Beatriz e bisneta Vânia, que continua atuando).
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Sempre é gratificante citar exemplos, e ainda melhor na educação, que tanto requer atenção, valorização, respeito. Haveria muitos mais, mas que esses já possam inspirar a renovação dessa verdadeira missão e do apoio que exige, pois, se quisermos evoluir como sociedade, só o faremos com mais educação.
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