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Revolta da Chibata: a rebelião que revelou João Cândido

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Era o dia 22 de novembro de 1910 quando cerca de 2,3 mil marinheiros tomaram quatro navios de guerra, iniciando um motim. Fazia pouco mais de 20 anos que a escravidão havia sido oficialmente abolida no Brasil, mas as tripulações, compostas por mais de 90% de negros e mestiços, eram tratadas ainda sob o compasso dos açoites, brandidos pelas mãos dos oficiais brancos. O movimento, que mais tarde ganhou o nome de Revolta da Chibata, exigia o fim dos castigos corporais vigentes na Marinha e foi o primeiro ato político contra o racismo estrutural no Brasil, uma data justa de ser lembrada no Mês da Consciência Negra. A rebelião, que completa 110 anos neste fim de semana, revelou rosto, nomes, falas e gestos de homens até então anônimos, destacando como símbolo a figura do marinheiro negro João Cândido.

Aquele que liderou e virou o símbolo da revolta nasceu em 24 de junho de 1880, na localidade de Coxilha Bonita, filho de João Cândido Felisberto e Ignácia Felisberto. O local na época era parte de Encruzilhada do Sul e hoje integra o município de Dom Feliciano. No entanto, ele costumava se apresentar como natural de Rio Pardo e, algumas vezes, de Encruzilhada do Sul. Foi em Rio Pardo que, ainda menino, o futuro marinheiro viu pela primeira vez o porto fluvial do Rio Jacuí e as embarcações que fariam parte fundamental de sua vida. Também foi na Tranqueira Invicta que João entrou em contato com o homem que moldaria seu futuro e se tornaria um protetor, o futuro almirante Alexandrino de Alencar, que o encaminhou para a Marinha, aos 14 anos.

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