Roca Sales planeja construir réplica da Arca de Noé com vista para o Cristo Protetor

Empresários do Vale do Taquari e da Serra Gaúcha estão mobilizados para tirar do papel uma proposta ousada: construir uma réplica da Arca de Noé em Roca Sales, um dos municípios mais afetados pelas enchentes que marcaram o Rio Grande do Sul nos últimos anos. A estrutura será instalada no topo de um morro com vista privilegiada para o Cristo Protetor, em Encantado.

A iniciativa é da Associação de Amigos Reconstruindo Roca Sales (AARRS), presidida pelo empresário Eduardo Alves Salgado, de 52 anos. Segundo ele, o projeto vai além do turismo e carrega uma forte simbologia espiritual e emocional. “A proposta é construir a arca no topo de um morro, de onde se possa ver o Cristo Protetor, em Encantado, criando uma conexão espiritual e geográfica entre dois pontos de fé do Vale do Taquari”, afirma.

De acordo com Salgado, a ideia nasceu após a criação da associação. “As enchentes alavancaram a criação da associação, e a partir daí surgiu a ideia da arca. É um projeto que fala de ressurgimento e esperança”, destaca.

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Ainda em fase inicial, o projeto já conta com conversas entre empresários e um arquiteto local. A construção, com estrutura de madeira e concreto, deve levar cerca de cinco anos para ser concluída. Todo o financiamento será feito pela iniciativa privada, sem uso de recursos públicos.

A arca será mais que um símbolo. No interior, o espaço deverá abrigar um museu com registros das enchentes, além de cafeteria, restaurante e um auditório multiuso. A proposta é suprir uma lacuna histórica no município, que atualmente não conta com um espaço público para eventos culturais, religiosos e comunitários.

Embora o local exato da instalação ainda não esteja definido, a proposta será debatida com a comunidade em audiência pública. “Respeitar a vocação do território e os anseios da população é fundamental”, pontua o presidente da AARRS.

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A marca “Arca de Noé”, inclusive, já foi registrada como rota turística e religiosa oficial de Roca Sales. O processo, com custo de R$ 7 mil, foi feito por meio da Marpa, empresa especializada em registro de marcas e patentes.

“O objetivo é claro, ou seja, movimentar a economia local, criar empregos e reforçar nossa identidade regional, valorizando a fé e o espírito de reconstrução que une Roca Sales neste momento tão delicado da sua história”, reforça Salgado.

Projetos semelhantes já chamam atenção em outras partes do mundo. Um dos exemplos mais conhecidos é o Ark Encounter, nos Estados Unidos, construído segundo as dimensões descritas na Bíblia — 155 metros de comprimento, 26 metros de largura e 16 metros de altura — e que atrai visitantes interessados no turismo religioso.

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