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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Romeu Neumann: “Precisamos falar sobre o túnel”

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Poderia escrever sobre amenidades. Seria bem mais fácil. Mas cada vez mais estou me convencendo de que precisamos colocar em debate, com todo direito a opinar e divergir, uma questão que está sendo postergada, ao meu ver, além do limite. Temos que decidir o que vamos fazer com o túnel verde de tipuanas na Rua Marechal Floriano. Cartão-postal da cidade, patrimônio público plantado, cultivado e cuidado ao longo de décadas, há tempos está dividindo opiniões.

Aliás, depois de ver aquela enorme árvore tombada no Centro, à frente do Palacinho da Prefeitura, em dia de chuva normal, sem tormenta, fiquei assustado. Eu e, com certeza, muitos santa-cruzenses e visitantes de outras paragens que poderiam estar transitando ou simplesmente passeando em frente à Praça da Bandeira às 10h40 de uma quinta-feira. Por sorte, não ocorreu tragédia. Desta vez, pelo menos. Mas poderia ter acontecido. E iríamos todos lamentar um triste desfecho para o que, certamente, definiríamos como uma vingança da natureza contra a inoportuna interferência humana sobre o ciclo de vida ou o habitat inadequado de uma árvore de grande porte.

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É preciso mencionar que aquela árvore não era de longe das mais antigas da Floriano. Que eu saiba, foi plantada bem depois para harmonizar o cenário com um túnel verde em formação quando se deixou de efetuar podas periódicas na rua central da cidade. Devia ser na década de 1970.

Por que caiu? Sem temporal? Com chuva de 30 milímetros, mais ou menos? Teria alguém comprometido a sustentação dela a ponto de não se manter de pé? E, neste caso, não haverá riscos em série com os demais exemplares que compõem o túnel?

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O que vai ser feito então com os escombros e as armadilhas espalhadas pelas calçadas entre a Júlio de Castilhos e a 28 de Setembro? De um lado e de outro. Cortar as raízes (das tipuanas) para nivelar o passeio público seria uma agressão, um despropósito do ponto de vista ambiental. Se ficar do jeito que está, a prudência recomendaria que se colocasse placas, avisos luminosos e sonoros ou se disponibilizasse agentes públicos para guiar as pessoas, sobretudo as mais vulneráveis, para evitar quedas e traumas dolorosos.

Definitivamente, precisamos superar o estigma de tabu (como se a questão fosse intocável) e discutir alternativas e soluções. Vejo pelo menos dois dilemas: como evitar uma agressão radical ao paisagismo urbano de uma cidade que tem no passeio arborizado pela via central um dos maiores referenciais e atrativos? E como compatibilizar esse desafio com a evidente necessidade de melhoria das calçadas, com incentivos a investimentos no coração da cidade, há muito desestimulados por um ambiente que ora é atrativo, quando a sombra é acolhedora, ora é inóspito pelo mofo, pelas rachaduras nos prédios e calçadas ou pelas folhas que caem no inverno?

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Não estou sugerindo soluções, mas provocando uma reflexão. Os gestores públicos, profissionais e técnicos da área, saberão embasar melhor eventuais escolhas. Questão de gosto pessoal: acho que liquidambras, plantadas recentemente na Rua Ernesto Alves, na quadra entre a Sete de Setembro e a Borges de Medeiros, seriam uma alternativa muito atraente: sombra no verão, mix de cores das folhas no outono, luz na rua durante o inverno.

E acho que deveríamos pensar em repaginar outros espaços. A Marechal Deodoro, por exemplo. Não seria hora de rever o paisagismo dessa rua central, com participação efetiva de escolas, entidades, empresas, repartições, com direito a “adoção” de árvores plantadas mediante o aval dos técnicos?
Em algum momento, outros foram protagonistas. Chegou a nossa vez.

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