Com mais de 400 internações por gripe (Influenza) nas primeiras semanas de maio, o Rio Grande do Sul vive o maior pico da doença em três anos. Dados da Secretaria da Saúde (SES) evidenciam um cenário de alerta, especialmente para os grupos mais vulneráveis à doença: crianças, idosos, gestantes e pessoas com comorbidades. A que baixa cobertura vacinal e o número de hospitalizações acendem um sinal de alerta. No ano passado, a cada cinco pessoas que foram internadas por problemas respiratórios em decorrência da gripe, quatro não estava vacinadas contra a Influenza.
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A cobertura vacinal entre crianças de seis meses e menores de seis anos está em apenas 24,6%, e entre os idosos chega a 43%. Outro grupo prioritário são as gestantes, com somente 20,7% de cobertura até o momento. A média geral dos grupos no Estado é de 38,2%, superior à nacional (32,4%), porém ainda distante da meta de 90%. Em números absolutos, isso representa mais de 1,8 milhão de pessoas não vacinadas entre esses três públicos no RS.
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Em 2024, 82% das pessoas internadas por gripe no RS não estavam vacinadas. O impacto é ainda mais expressivo entre os públicos prioritários: entre as crianças menores de seis anos hospitalizadas, 90% não havia recebido a vacina; entre os idosos, 73%; no grupo de seis a 59 anos, no qual as pessoas com comorbidades também devem se vacinar, o percentual sobe para 91%.
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Entre os casos que evoluíram para óbito, o panorama é similar: 77,5% das 288 mortes por Influenza em 2024 foram entre pessoas sem vacina. No grupo das crianças até cinco anos, não houve óbitos entre vacinados. Na população de seis a 59 anos, 93% das mortes foram entre não vacinados, enquanto nos idosos esse índice ficou em 72%. Assim como neste ano, 2024 também registrou coberturas vacinais abaixo da meta: 55,5% em crianças, 52,5% em idosos, 36,6% em gestantes e 52,6% na média dos grupos prioritários.
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Esse cruzamento é feito automaticamente pelos sistemas de notificação das doenças respiratórias (Sivep-Gripe) e da vacinação (Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações). Os dados de 2025 ainda não estão disponíveis.
Nas semanas de 4 a 10 de maio (Semana Epidemiológica 19) e de 11 a 17 de maio (Semana 20), foram contabilizadas 208 internações por Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) no Rio Grande do Sul em cada semana, configurando os dois picos mais altos no período.
Os dados das semanas seguintes – de 18 a 24 de maio (Semana 21) e de 25 a 31 de maio (Semana 22) – ainda são parciais, pois os registros consideram a data de início dos sintomas. No total acumulado deste ano, já são 892 internações e 81 óbitos por complicações da gripe. No mesmo período de 2024, foram 1.067 internações e 123 mortes; e, em 2023, 772 internações e 94 óbitos.
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Desde 15 de maio, a vacinação foi ampliada para toda a população acima de seis meses de idade. Ainda assim, a orientação da SES é que os municípios mantenham o foco na proteção dos grupos prioritários, que são os mais suscetíveis às complicações da doença. “É fundamental priorizar idosos, crianças, gestantes e pessoas com comorbidades, pois são os grupos com maior risco de agravamento e que mais têm sido hospitalizados”, ressalta a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri.
A vacina da gripe oferece proteção contra as cepas mais recentes do vírus (dos tipos A-H1N1 e A-H3N2 e B) e é capaz de reduzir o risco de casos graves, hospitalizações e mortes. “A proteção da vacina começa cerca de 15 dias após a aplicação. Por isso é realizada nesta época, para que tenha maior efeito durante o inverno, período de maior circulação do vírus. A imunidade, no entanto, diminui ao longo dos meses, o que torna essencial a vacinação anual”, explica Tani.
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A gripe é uma infecção viral que pode evoluir para quadros graves, especialmente em grupos de risco. Os principais sintomas são:
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