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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Saldos e retalhos

O que, com certeza, milhares de pessoas nunca fizeram com tanta atenção em outros tempos vão fazer agora, ou seja, debruçar-se sobre o ano que ora se encerra. Os balanços mensais já eram intensos, agora é ver os saldos e retalhos do período todo, com seus desconcertantes desafios e suas vastas e imprecisas conclusões. Muitos já selaram: um ano para esquecer! É imprudente tecer considerações definitivas, porque o redemoinho está muito ativo e a luz permanece tênue num horizonte ainda obscuro e desafiador. Sob o meu ponto de vista, algumas reflexões.

A primeira delas é que perdemos a noção de longe. Quando apareceram as primeiras imagens, as primeiras notícias, os primeiros depoimentos de Wuhan, com ruas desertas, atividades suspensas, pessoas reclusas e com máscaras, pensamos que de tão longe esse quadro não desembarcaria aqui. Muito mais velozmente que o esperado, o vírus invadiu todos os recantos do mundo, semeando dor e aflição, desestruturando até mesmo as mais evoluídas nações e comunidades. O longe não nos blindou. O longe não nos protege mais.

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Acredito que não haja setor que não tenha sido afetado pelos efeitos da pandemia, mas destaco o relevante impacto na educação, gerando uma grande dívida a ser paga num futuro próximo. Quando se percebeu que aqueles provisórios quinze dias de suspensão das aulas em março teriam que ser estendidos, sem esperança de um retorno imediato, o pasmo foi geral. Escolas e famílias não estavam minimamente preparadas, exigindo urgentes alternativas para que o ano letivo não descesse pelo ralo. Sabe-se que milhares de crianças e jovens não tiveram acesso a plataformas digitais, perdendo completamente seu ano escolar. O denodado esforço de escolas, e principalmente de professores, buscou reduzir os danos, mas penso que tenham sido insuficientes para o que havia sido planejado desenvolver.

Este ano também nos ensinou o quanto muitos conceitos e decisões são voláteis. Na primeira hora, prefeituras do litoral, por exemplo, até criaram barricadas para ninguém entrar; hoje, apelam para que os veranistas compareçam e salvem suas economias. A pandemia suscitou desavenças, ódios, ofensas de toda ordem. É triste ver um problema tão grave ser levado a um irresponsável ringue ideológico, político, relegando a saúde, a vida, a ciência a um plano desprezível.

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Desejo a todos um novo ano de muita paz, de muita vida!

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