Fernando Abdala relembrou a descoberta dos fósseis em Santa Cruz há 30 anos
Até este sábado, 6, Santa Cruz é sede da Reunião Regional Anual da Sociedade Brasileira de Paleontologia (Paleo-RS). Esta é a primeira vez que o evento é realizado no município. A escolha se deve aos 30 anos do descobrimento do afloramento do Schoenstatt.
A programação dessa sexta-feira, 5, conta com palestras, debates e apresentações no auditório do Memorial da Unisc. Neste sábado, os participantes terão minicursos e uma saída de campo para os sítios paleontológicos localizados na ERS-412, nas imediações do Autódromo Internacional e na região do Santuário de Schoenstatt, na BR-471.
Nessa quinta-feira, 4, na abertura, a secretária municipal de Turismo, Jaqueline Marques, e o coordenador do Núcleo de Arte e Cultura da Unisc, Luiz Augusto Costa a Campis, salientaram a importância de a região ampliar o debate sobre paleontologia.
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A secretária destacou o trabalho que vem sendo realizado na área do Parque da Gruta. Uma das metas, segundo ela, é valorizar a paleotoca existente no local. Além disso, deve haver a instalação de novas placas com a história do parque.
Campis evidenciou o trabalho de pesquisa e ensino desenvolvido na Unisc. “Queremos levar adiante o estudo na área e esse evento é muito significativo, porque é justamente aqui no Memorial onde queremos guardar a história da região. No Centro de Ensino e Pesquisas Arqueológicas (Cepa) da universidade temos mais de 120 mil peças arqueológicas, ou seja, a Unisc também é um lugar de história.”
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Durante a abertura, também houve uma homenagem ao paleontólogo que atuou por mais de 40 anos na Fundação Zoobotânica do Estado: o professor Jorge Ferigolo, que dedicou o reconhecimento a Carlos de Paula Couto, autor de trabalhos de relevância mundial na área.
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A Reunião Regional conta com a participação de paleontólogos e acadêmicos do Centro de Apoio a Pesquisas Paleontológicas (Cappa) da Quarta Colônia, da Unipampa, Univates e Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).
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Na primeira palestra da programação, o doutor em Ciências Biológicas e paleontólogo Fernando Abdala, do Instituto Miguel Lillo, de Tucumán, Argentina, fez um resgate histórico dos afloramentos e fósseis descobertos em Santa Cruz. Ele destacou que a primeira fauna foi descoberta em 1995 pelo professor César Schulz e o então aluno Max Langer, na região do Schoenstatt.
“O trabalho desenvolvido a partir da descoberta desses fósseis triássicos foi muito importante para minha carreira”, afirmou. Junto com Ana Maria Ribeiro, paleontóloga do Museu de Ciências Naturais (Sema- RS), Abdala passou a estudar o afloramento e fazer coletas. A partir disso, constatou-se que os achados em Santa Cruz eram diferentes de outras faunas.
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“Os fósseis daqui estavam se mostrando bem diferentes, principalmente os cinodontes, diferentes em relação às outras localidades triássicas do Estado, que tem toda a depressão central até Santa Maria. A gente viu que tinha similaridade com a fauna de Madagascar”, relembrou Ana Maria. Uma das organizadoras do evento em Santa Cruz, ela acrescentou que o município e a região têm grande potencial para exploração do geopatrimônio.
Um dos objetivos é o debate a respeito do projeto do Geoparque regional. Segundo Ana, seria uma forma de valorizar e ajudar a preservar o potencial paleontológico dos municípios. Ela mencionou descobertas feitas em Candelária, Vale do Sol, Vera Cruz, Venâncio Aires. “Tem-se aqui uma região muito fossilífera, similar ao que nós vemos na Quarta Colônia. É uma área rica e com muito potencial paleontológico e geopaleontológico”, ressaltou.
Na manhã dessa sexta-feira, haverá mesa-redonda sobre a geopaleontologia da região de Santa Cruz. O assunto será abordado pelo doutor da Ufrgs Francesco Battista; doutor Bruno Horn, da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais; Mário Esperança Júnior, geólogo da Prefeitura de Santa Cruz; e o presidente da Associação de Turismo da Região do Vale do Rio Pardo (Aturvarp), Djalmar Marquardt.
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