Nessa terça-feira, 22, Santa Cruz do Sul chegou a uma marca negativa: o município alcançou o número de oito denúncias de agressões contra médicos somente em 2025, segundo o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers). O dado foi atualizado após um episódio em que duas profissionais foram ameaçadas na Casa de Saúde Ignez Moraes, o Hospitalzinho, após negarem um atestado médico a um paciente que, segundo relato, apresentava sinais de embriaguez.
Com isso, Santa Cruz é o município com mais denúncias do tipo no Rio Grande do Sul em relação à população, segundo o vice-presidente do Simers, Felipe Vasconcelos. Em sua maioria, as vítimas das agressões e ameaças são médicas mulheres e mais jovens. “Nós estamos fazendo o dossiê agora, levantando todos os casos, e o que mais nos surpreende é que, quanto mais nós atuamos em Santa Cruz, mais profissionais relatam casos de ameaças e acabaram fazendo registros policiais anteriores a esses fatos que aconteceram nos últimos dias”, alerta Vasconcelos.
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A situação já chamava a atenção do sindicato há semanas, quando o presidente da entidade, Marcelo Matias, esteve no município e conversou com representantes do poder público municipal e das forças de segurança sobre medidas que poderiam ser tomadas. Vasconcelos conta que o Simers firmou convênio com as secretarias de Segurança e Trânsito e de Saúde para criar um observatório de violência contra os profissionais da saúde. Também está sendo alinhada com a Brigada Militar a possibilidade de patrulhamento ostensivo nas unidades de saúde, a fim de evitar novos episódios.
Em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9, Vasconcelos revelou novos detalhes do episódio registrado no Hospitalzinho nessa terça. O vice-presidente do Simers conta que uma das médicas ameaçadas já havia sido agredida no dia 1º de junho, no mesmo local, por uma paciente que estava acompanhada de uma criança de colo. A profissional sofreu um soco no rosto, puxões de cabelo e unhadas.
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Segundo o representante do sindicato, a autora da agressão agiu dessa forma porque estava indignada com o atendimento que havia recebido em uma outra unidade de saúde. Ainda, o marido dela também replicou as atitudes violentas contra o restante da equipe médica.
Proposta pelo vereador Jeferson Redondo, do Republicanos, uma audiência pública será realizada pela Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul para debater os episódios recorrentes de agressões contra médicos. A reunião está marcada para o dia 7 de agosto, com a participação do próprio Simers e representantes de outros órgãos, do poder público e da comunidade médica, além da comunidade em geral.
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Ainda em 2025, antes do episódio no Hospitalzinho, dois casos de violência contra médicos tiveram grande repercussão em Santa Cruz do Sul. No primeiro, em março, uma profissional da Estratégia de Saúde da Família (ESF) Glória, no Bairro Santa Vitória, foi agredida com uma cadeira por um paciente. O episódio teria sido motivado após uma discussão sobre a adesão de uma cadeira de rodas.
Na ocorrência mais recente, na última semana, uma médica plantonista do Hospital Santa Cruz foi ameaçada de morte por uma paciente após ter se negado a entregar um atestado médico. O caso, que também teria envolvido uma ocorrência de dano material, está sob investigação da Polícia Civil.
Colaborou Carina Weber
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