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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Santa Cruz já teve mais de 80 casos de violência contra crianças em 2021

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Instalações na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) são usadas para o atendimento e a escuta das vítimas

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A morte do menino carioca Henry Borel, de 4 anos, levantou o alerta para agressões contra crianças e adolescentes. E os casos de violência doméstica envolvendo menores de idade não são raros em Santa Cruz do Sul, de acordo com a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e o Conselho Tutelar.

Conforme a titular da DPCA e também da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), delegada Lisandra de Castro de Carvalho, os casos envolvem vítimas de zero a 18 anos. “Os fatos ocorrem mais dentro de casa, praticados tanto por familiares quanto por amigos que têm relação de proximidade, vizinhos e conhecidos.”

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Apesar da falta de notificação – quando não são levados até a delegacia –, Lisandra comenta que há um aumento de casos. “Acredito que com o contato mais próximo os pais estão mais atentos às crianças. Acabam percebendo e dando ouvidos”, explica.

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Segundo Lisandra, são comuns ainda casos em que os pais não acreditam que alguém próximo da família seria capaz de fazer uma maldade com o filho, o que faz a criança continuar em risco e convivendo com o agressor. “Na verdade o abusador geralmente ganha confiança da vítima, é simpático e muitos relatos não trazem necessariamente contato físico doloroso, às vezes é só passar a mão. A criança pode não compreender como abuso e sim como carinho, mas não deixa de ser crime.” As situações de abuso podem se prolongar por anos.

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Segundo Janete, entre os fatores geradores de conflito estão o uso exagerado de aparelhos celulares e outras tecnologias, com muitos adolescentes trocando o dia pela noite para ficar nas redes sociais. Isso causa um choque com os limites impostos pelos pais, que muitas vezes acham que a solução são punições, como agressões verbais e físicas.

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Denuncie
Os pais devem ficar atentos a sinais como hematomas frequentes e dores pelo corpo que podem indicar agressão. Outros sinais de estresse e ansiedade devem ser observados, como náuseas, tonturas, vômito e taquicardia. Também vale atentar a mudanças de apetite ou de sono. Problemas de aprendizado e de rendimento escolar são frequentes em crianças agredidas. Se uma criança se recusa a ver certa pessoa, dá as costas para ela, desvia o olhar, é preciso estar atento. O que é interpretado como birra pode ser medo. Agressividade em excesso com colegas é outro sinal. Problemas de autoestima devem ser levados a sério: podem indicar a internalização de impressões negativas passadas por adultos.

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Em Santa Cruz do Sul a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente conta com serviço de atendimento psicológico e as vítimas são ouvidas com escuta especializada conduzida por uma psicóloga. As denúncias podem ser feitas até mesmo de forma anônima pelo telefone (51) 3713 4340. Por meio do Conselho Tutelar qualquer cidadão pode e deve denunciar violações de direitos pelos telefones 3713 3700 – em horário comercial – e 9 8444 7964 – no plantão 24 horas.

Números
Dados da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) em Santa Cruz do Sul:

Ocorrências de estupro de vulnerável
2017 – 49
2018 – 21
2019 – 39
2020 – 26
2021 – 10

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Delitos contra criança e adolescente (2020)
Estupro – 4
Estupro de vulnerável – 26
Outros crimes sexuais – 3
Perturbação da tranquilidade – 4
Vias de fato – 19
Lesão corporal – 40
Maus-tratos – 12
Ameaça – 40

Delitos contra criança e adolescente (2021 até março)
Estupro de vulnerável – 10
Outros crimes sexuais – 1
Perturbação da tranquilidade – 1
Vias de fato – 6
Lesão corporal – 5
Maus-tratos – 4
Ameaça -12

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