Foto oficial: Ticiane da Silva/Ag.Pressphoto
A participação de Santa Cruz do Sul não se limitou às telas do 53º Festival de Cinema de Gramado. Para além dos filmes premiados na Mostra de Curtas Gaúchos, integrantes do Polo Audiovisual e da Film Commission locais marcaram presença em eventos voltados ao mercado cinematográfico.
As atividades fizeram parte do Conexões Gramado Film Market (CGFM), que chegou à nona edição consolidado como uma importante ferramenta para reunir artistas e criadores, além dos representantes das principais empresas do mercado, incluindo Disney, Grupo Globo e O2 Play. Isso é feito por meio de oficinas, mostras e rodadas de negócios, no intuito de fortalecer o setor e evidenciar os aspectos econômicos, sociais, criativos e políticos.
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A abertura foi marcada pela presença do presidente da Embratur, Marcelo Freixo. Ele apresentou o painel Audiovisual promovendo o turismo e o soft power brasileiro, ao lado da coordenadora institucional do Festival Internacional de Cinema de Cartagena das Índias (Colômbia), Gisela Perez Fonseca.
Já nessa segunda-feira, 18, o gestor do Santa Cruz Polo Audiovisual, Diego Tafarel, abriu os debates durante o 2º Encontro dos Ecossistemas Audiovisuais do Rio Grande do Sul. A iniciativa reuniu os nove polos de produção do Estado.
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Tafarel evidenciou o cenário favorável em Santa Cruz. Em 2023 e 2024, integrantes do polo captaram mais de R$ 10 milhões para a produção de filmes e séries. O investimento trará retorno ao município: conforme um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), cada R$ 1,00 investido pela Lei Paulo Gustavo converteu-se em ganho de R$ 6,51. Sendo assim, é possível projetar que, neste ano, isso resultará em um impacto de R$ 60 milhões, beneficiando direta e indiretamente diversos segmentos, incluindo hotelaria, alimentação e transporte.
Na avaliação de Tafarel, cineasta e produtor da Pé de Coelho Filmes, Santa Cruz do Sul teve uma presença significativa no 53º Festival de Gramado. Segundo ele, as conexões criadas no evento trarão retorno a curto e médio prazo, beneficiando a cultura e o turismo. “Estivemos próximos do mercado e dos cineastas, sempre com intenção de promover nossa cidade e continuar a produzir audiovisual no interior do Rio Grande do Sul”, afirmou.
A diretora da Santa Cruz Film Commission, Natália Corrêa, destacou que a missão de dar visibilidade ao município e mostrar todo o seu potencial foi cumprida. E os painéis dos quais participaram contribuíram para o trabalho que a entidade tem feito para promover o turismo cinematográfico na região.
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“Esses espaços de diálogo nos permitem apresentar nossas capacidades estruturais e criativas, além de ter contato direto com realizadores, produtores e diretores. Isso amplia as oportunidades de prospecção e aumenta as chances de trazer novas produções para Santa Cruz”, destacou.
A coordenadora do Conexões Gramado Film Market, Gisele Hiltl, afirmou que o evento é um momento em que aqueles que fazem cinema podem olhar para frente e trocar experiências, além de pensar e desenvolver projetos em comum. “O mercado é feito de bons encontros. E é isso que a gente tenta fazer no segmento de mercado”, explicou.
Gisele destacou os diferentes eixos abordados ao longo da programação, incluindo o momento de mentoria para acessar o mercado internacional, que ocorrerá hoje, feito em parceria com o Instituto + Mulheres, ONU Mulheres e a Apex Brasil.
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Outro segmento em pauta é a inteligência artificial, que ganhou destaque neste ano e tem causado inquietação no mercado. Evidenciou que ainda não há uma regulação. “Temos que trazer isso para o debate e ficar atentos que a regulamentação é vital”, reiterou.
Gisele, que foi jurada do 8º Festival Santa Cruz de Cinema, salientou a presença do município nos painéis. Especialmente a participação de Diego Tafarel no encontro dos ecossistemas.
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Ela destacou as forças que trabalham em união – Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Prefeitura, Polo Audiovisual e Film Commission – para o fomento do audiovisual no município. “Santa Cruz é para mim uma cidade muito especial, porque a energia dessa galera que faz cinema é impressionante. Eles se envolvem com um objetivo realmente de desenvolvimento. Eu acho que estão indo muito bem.”
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Envolvida em produções como O Quatrilho e Anahy de Las Misiones, Gisele ainda mencionou as vitórias que Santa Cruz tem conquistado no Festival de Cinema de Gramado. Em 2024, foi eleita a melhor cidade para filmagens, devido ao trabalho da Film Commission, além de ganhar o prêmio de Melhor Curta da Mostra Universitária. “Qualificando os nossos ecossistemas, incluindo o de Santa Cruz, certamente vamos conseguir trazer mais negócios para essas regiões. Então, encontrá-los concorrendo e premiados num outro segmento é excelente.”
A diretora do Instituto Estadual de Cinema (Iecine), Sofia Ferreira, ressaltou que, por meio do Conexões Gramado Film Market, o Festival de Gramado se consolida também como espaço para promoção de negócios e de fomento ao audiovisual gaúcho. “É um momento muito urgente e oportuno para que as produtoras se encontrem e fechem negócios para termos mais filmes que vão estar aqui na telona”, afirmou.
Na avaliação da responsável pelo Iecine, a indústria audiovisual é um pilar importante no contexto do Estado, que se recupera da catástrofe climática do ano passado. “Cada investimento que entra para um filme, entra para toda uma cadeia e alimenta e abastece a sociedade civil, sem falar em poder simbólico.”
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Sofia, que tem observado o Festival Santa Cruz de Cinema e o trabalho realizado pelo Polo Audiovisual e a Film Commission, diz que o município tem uma conjuntura benéfica para o desenvolvimento dessa indústria. “Tenho acompanhado com muito gosto o trabalho de todos os santa-cruzenses em relação à indústria audiovisual, e acredito que vocês vão crescer muito. Vocês têm uma grande capacidade de receber, são excelentes anfitriões e dispõem de um potencial muito grande para que essa indústria se desenvolva e cresça cada vez mais.”
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