Estrutura está desativada desde 1999 e será revitalizada a partir das sugestões colhidas com a comunidade de Santa Cruz do Sul
O Sicredi Vale do Rio Pardo vai promover nesta terça-feira, 17, um seminário para decidir o futuro da área que por décadas abrigou o Sanatório Kaempf e a Clínica Vida Nova. O espaço havia sido adquirido em 2018 pelo Grupo Faveni e estava sem uso, até ser comprado pela cooperativa. Agora, o Sicredi pretende ouvir a comunidade santa-cruzense para receber ideias e sugestões do que poderá ser feito com o terreno e as edificações. O encontro será realizado às 18 horas, na sede administrativa da instituição.
Conforme o presidente do Sicredi/VRP, Heitor Álvaro Petry, somente uma construção que ficava às margens da rua foi demolida para permitir o alargamento da via, considerando que um loteamento está sendo construído naquela região. “O prédio principal, a casa de moradia, a casa dos tuberculosos, as solitárias e as demais edificações, a princípio, vão permanecer”, adianta. Tudo isso, contudo, será debatido com a população antes da tomada de decisão.
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“A ideia é ouvir os associados e a comunidade antes de qualquer definição. Vamos planejar juntos o que pode ser feito, com base nos valores do cooperativismo e no respeito à nossa história e ao meio ambiente”, afirma o presidente.
Até o momento, quase uma centena de pessoas já se inscreveram para participar do seminário. “Quem está se inscrevendo também está colocando a motivação do seu interesse, então temos desde curiosos até profissionais.” Os segmentos também são variados e vão desde a histórica até a área cultural e ambiental.
Petry salienta ainda que uma pequena parte da estrutura será ocupada pelo Sicredi, mas o restante será concebido em um projeto à disposição dos santa-cruzenses. Por isso a importância de ouvir as opiniões e alinhar os interesses antes de começar as obras. A partir do que for levantado no seminário, será formada uma equipe técnica interna que vai estudar as sugestões e então elaborar o planejamento.
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“Vamos tentar extrair o que pode e o que é interessante de ser aplicado, porque também precisamos pensar na lógica da sustentabilidade.” Acerca disso, enfatiza o presidente, é preciso olhar não somente para a questão ambiental, mas também a econômica. “O Sicredi não busca ali um espaço para novas receitas, mas também entende que ele precisa se viabilizar por si só. A lógica do processo é que a gente possa ter ali um espaço comunitário, mas que encontre uma forma de se sustentar.”
Ao comentar o grande número de inscrições e as ideias que chegaram até o momento, Petry afirma que nem tudo poderá ser levado em consideração, mas a instituição está muito satisfeita com a participação. “Isso é próprio de uma sociedade plural, mas nessa hora vamos trabalhar com muita serenidade e responsabilidade para, de fato, absorver e aproveitar o que de melhor vier em termos de sugestões.”
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Em abril deste ano, o Sicredi/VRP anunciou a compra do terreno durante a assembleia geral ordinária da instituição. A área, que pertencia ao Grupo Faveni (dono da Faculdade Dom Alberto), possui 24 hectares e está localizada ao lado da sede administrativa da cooperativa, no Bairro Germânia, em Santa Cruz do Sul.
O investimento inicial envolveu R$ 6 milhões para a aquisição, além de imposto e custos de transferência, visando transformar o local em um espaço que une preservação ambiental, resgate histórico e valorização cultural. A infraestrutura existente é remanescente do antigo hospital, fundado por Eduardo Kaempf em 1889, que aplicava práticas naturalistas alemãs. O empreendimento se tornou referência médica regional e internacional até encerrar suas atividades em 1999, em decorrência da Reforma Psiquiátrica.
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