Há seis meses estamos sob decretos, mandos e desmandos do poder público. Os governos municipal e estadual decidem e definem o que é essencial e o que não é. Penso ser bastante complexo o que define a essencialidade de um atividade, seja ela assistencial, comercial, industrial ou de serviços. Quais seriam os critérios utilizados pelos gestores e respectivos gabinetes para definir isso?
Essencial, segundo o dicionário, é algo imprescindível, fundamental, relevante e necessário. Todos nós sabemos que a escola e a educação são essenciais para nosso futuro. Mas os gestores e seus gabinetes decidiram que ela não é essencial. Talvez isso explique muito do sucateamento das escolas e dos salários aviltantes dos professores da rede pública. Talvez o decreto que tornou a educação e a escola não essenciais esteja em conformidade com a importância que ela tem recebido com o passar dos anos.
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Não há qualquer evidência de que o ensino a distância funcione na educação fundamental. Nada. Tudo que está sendo feito é algo novo e empírico. Não sabemos o quanto é o bastante nem o quanto é demais. Quem mais sofre com tudo isso são justamente os alunos das séries iniciais. E esse sofrimento é compartilhado por pais, professores e pela própria escola, que se vê amarrada pelos decretos. A ausência das atividades escolares acarreta um efeito dominó que, como sempre, prejudica os mais carentes e vulneráveis.
Sem previsão de retorno, as apostas são na vacina. Mas a vacina não trará imunidade plena. Isso mesmo. Vacinar-se não será garantia de nada. Teremos que aprender a conviver com a Covid, como já fazemos com meningite, tuberculose, gripes e tantas outras doenças que existem há séculos. E nem por isso tínhamos suspendido as aulas por tanto tempo. Teríamos sido tão negligentes até então ou estamos exagerando na cautela?
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