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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Série brasileira ‘Samantha!’ brinca com cultura das celebridades

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São os primeiros minutos em cena. Nos anos 1980, a jovem Samantha (vivida por Maria Eduarda) percorre o set de seu programa de televisão. É chamada pelo diretor para o palco enquanto busca por sua tiara favorita. No meio do caminho, xinga algumas pessoas (que fumam em um ambiente fechado, afinal, de novo, se trata de uma cena que se passa mais ou menos 30 anos atrás), ouve “te odeio” de um garoto, enquanto outro coloca o almoço para fora em um balde. Segundos antes de iniciar a transmissão do seu programa de TV, como líder do grupinho Turminha Plimplom, recebe a tal tiara do mascote do programa interpretado por Ary França vestido com uma fantasia de maço de cigarro (ai, anos 1980…) com o nome de Zé Cigarrinho. “Você é a criança mais amada do Brasil”, ele diz à pequena Samantha. Ela sorri. Acredita. As câmeras são ligadas. E a magia começa. 

O corte da cena volta com uma Samantha 30 anos mais velha, em 2018, interpretada por Emanuelle Araújo (que foi a Gretchen em Bingo – O Rei das Manhãs). Ela dubla a mesma música dos tempos de infância – algo sobre um disco voador -, meio sem jeito, em uma biboca qualquer. Deixa o palco ao som de um “gostosa!”, gritado por uma voz feminina. Diante do seu agente, Marcinho, interpretado por Daniel Furlan (do Choque de Cultura e Falha de Cobertura), ela ouve que deveria aceitar o convite para protagonizar um filme pornô. “Eu sou um patrimônio”, responde Samantha. “Tombado, né?”, retruca Marcinho. 

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E vamos logo tratar do elefante branco no meio da sala? Sim, estamos falando das semelhanças entre Samantha e a trajetória de Simony, a cantora e apresentadora que, tal qual a personagem da ficção, também liderou um grupo infantil de grande sucesso durante a década dourada – no caso dela, foi a Turma do Balão Mágico -, com quem voltou a circular recentemente e até se apresentou no Milkshake Festival, realizado no início do mês passado, em São Paulo. Samantha é casada com Dodói, um ex-jogador de futebol que deixa a prisão no primeiro episódio da série interpretado por Douglas Silva. Simony foi casada com o rapper Afro-x e o conheceu quando ele também estava na prisão. 

Para os criadores, Simony é uma das inspirações para a personagem, ao lado de outros nomes populares da programação da TV aberta brasileira naquele década, como Mara Maravilha, Xuxa, etc. Para tratar das semelhanças, a reportagem entrou em contato com Simony que disse, por mensagem de texto, não ter interesse em falar sobre a série. 

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Emanuelle Araújo, assim que recebeu o esboço do primeiro dos sete episódios, entendeu o que havia de genuíno em sua personagem Samantha. “O que vejo é uma mulher com uma paixão”, ela explica. “No caso dela, a paixão, a obsessão, é brilhar. Existe uma complexidade nela, algo muito honesto e genuíno. É muito fácil vê-la e fazer um julgamento”, avalia. 

O fato é que Samantha pode ser tão detestável quanto adorável. E seu núcleo familiar é disfuncional. Samantha e Dodói têm dois filhos, afinal. “Para mim, é o afeto familiar que move a série”, explica Emanuelle. “Existe uma complexidade ali. As relações se mostram verdadeiras, sabe?”  No fim, a protagonista é alguém que, como tantas outras celebridades da vida real, deixou o palco pela saída dos fundos. Acreditou ser a mais “amada do Brasil” e esqueceu de ser amável com quem estava ao seu lado.

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Assista ao trailer:

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