Rodrigo Santoro se sentiu como um pássaro em seu mais novo trabalho, a narração da série documental Sobrevoando, que chegou junto com o Disney+ nessa terça-feira, 17. A produção do National Geographic tem oito episódios que exploram quatro países da América Latina com imagens de cima.
“A visão aérea é fabulosa. É uma forma de colocar as coisas em perspectiva metaforicamente”, disse o ator em entrevista ao Estadão, via conferência virtual. “Ela não só promove uma sensação de liberdade, mas oferece um ponto de vista diferenciado, como de um pássaro. É um ponto de vista de alguém que está cuidando, alguém que vigia, que cuida, que sobrevoa e que não interfere. Que observa com distanciamento e, ao mesmo tempo, perto o suficiente para poder apreciar aquilo.”
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O Brasil ficou de fora da primeira temporada, mas, segundo Fernando Semenzato, líder de desenvolvimento e de produção para National Geographic e Nat Geo Kids da América Latina, temporadas futuras devem retratar o País. “Há 130 anos que National Geographic tem como objetivo chegar aonde nunca ninguém chegou, ou seja, contar histórias que não foram contadas. Sobrevoando mostra cidades e lugares que talvez conhecêssemos, mas de uma maneira diferente, de cima”, disse Semenzato.
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Para ele, a preservação vem da admiração. E, nesse caso, a perspectiva aérea também ajuda. “O ponto de vista nos coloca no nosso lugar, nos mostra o tamanho que temos.”
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“É necessário ser uma forma de olhar com respeito e com seriedade mesmo para a questão. Não pode ser uma coisa dos que preservam a natureza. Preservar a natureza não deveria ser uma coisa de alguns, de filosofia. É uma questão de sobrevivência mesmo. Se você preserva seu meio, está preservando a sua vida, a sua sobrevivência nesse lugar, o futuro, está dando condições para o habitat. A Terra está aqui há tempos, a gente chegou muito depois. Não faria mal ter um pouco de humildade com tudo o que estava aqui antes, essas informações todas que estão na natureza ” Santoro acha que é muito fácil observar isso: basta ver um dos muitos programas do National Geographic. “Você assiste e pensa como a natureza é perfeita. E é, se a gente não estragar.”
A série vem num momento em que esses lugares não podem ser visitados ao vivo, por conta da pandemia. Para Rodrigo Santoro, é um momento de transformação. “Uma das coisas que aprendemos, ou deveríamos ter aprendido, é que vivemos uma falsa sensação de individualismo. Nossas escolhas, por menores que sejam, influenciam a vida de todo o mundo. Estamos aqui, agora, presenciando exatamente isso: o que a gente faz impacta a vida de todo o mundo. Isso é, na verdade, uma metáfora para uma série de coisas, para a preservação do meio ambiente, obviamente, mas também vários outros níveis”, completou.
Sobrevoando é um alento em tempos tão difíceis. “As imagens nos fazem refletir sobre tanta beleza e tanta riqueza, mesmo sabendo que há tantos problemas sociais, econômicos, políticos. Mas, ao mesmo tempo, temos uma potência natural, histórica e cultural na América Latina. É, no mínimo, um convite à reflexão.”
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