Saúde e Bem-estar

Setembro Verde: campanha conscientiza sobre doação de órgãos

Este mês é conhecido como Setembro Verde, alusivo à ação nacional voltada à conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos. Neste sábado, o Brasil também celebra o Dia Nacional da Doação de Órgãos, instituído pelo Ministério da Saúde para incentivar a população a apoiar esse gesto solidário que pode salvar até oito vidas.

Em entrevista ao programa Estúdio Interativo da Rádio Gazeta FM 107,9, Fernanda da Cunha Salvi, coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) do Hospital Santa Cruz (HSC), explicou como funciona o processo de doação, além das ações de conscientização promovidas pela instituição.

LEIA TAMBÉM: Estado lança SUS Gaúcho e destina R$ 1 bilhão adicional para a saúde até final de 2026

Publicidade

Segundo ela, o HSC tem realizado campanhas internas de divulgação junto aos colaboradores, além de mobilizações nas redes sociais e no site do hospital. A equipe também participará da Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho (Sipat), em novembro, para reforçar a importância da iniciativa. Externamente, o tema é levado a escolas, universidades e feiras de saúde. “Queremos falar sobre doação durante todo o ano, não apenas em setembro”, afirmou.

Dados do HSC mostram que em 2024 foram abertos oito protocolos de morte encefálica. Destes, quatro não foram concluídos em razão de exames de imagem incompatíveis e/ou instabilidade hemodinâmica e dois por contraindicações absolutas, conforme estabelecido pela Central de Transplantes do Estado.

Houve uma negativa familiar e uma doação efetiva, com captação de rins. Neste ano, até o momento foram registrados dois protocolos, um com contraindicação absoluta e outro com negativa familiar.

Publicidade

LEIA TAMBÉM: Santa Cruz recebe exposição fotográfica “As Flores da Vida” na próxima terça-feira

No hospital, o processo segue as diretrizes da Central de Transplantes do Estado. Quando há confirmação de morte encefálica por meio de exames clínicos e de imagem, inicia-se a abordagem (entrevista) com os familiares, responsáveis pela decisão final sobre a doação.

Para Fernanda, a baixa adesão está diretamente ligada à falta de informação e conhecimento. Questões religiosas também influenciam, quando familiares desejam enterrar o ente querido “como veio ao mundo”. No Brasil, a decisão depende da lei do consentimento informado: a pessoa pode manifestar em vida o desejo de ser doadora, mas é a família quem autoriza o procedimento.

Publicidade

“É muito importante que quem tem esse desejo converse com familiares e pessoas próximas, porque é isso que vai valer no momento da doação”, ressaltou.

LEIA TAMBÉM: Ministério da Saúde reafirma que paracetamol não causa autismo

Uma vida que ajuda outras

A doação pode salvar até oito pessoas, com órgãos e tecidos como coração, pulmões, rins, pâncreas e córneas. O protocolo é válido para doadores de zero a 70 anos, embora haja contraindicações absolutas, como casos de câncer em estágio avançado. Após a realização dos exames, se o paciente com morte encefálica for considerado apto, inicia-se a abordagem familiar.

Publicidade

Sobre os receptores, Fernanda da Cunha Salvi destacou que não há dados específicos de quantos santa-cruzenses já foram beneficiados. As informações ficam restritas à Central de Transplantes. A identidade dos pacientes não é revelada, justamente para preservar as famílias e evitar vínculos que possam gerar conflitos. Aos familiares do doador são repassados apenas dados gerais, como idade e sexo de quem recebeu cada órgão. Esse sigilo garante privacidade e segurança a todos os envolvidos.

LEIA TAMBÉM: Hospital Santa Cruz inscreve para programas de residência médica

Ana Nery

O Hospital Ana Nery realiza a parte inicial do protocolo de morte encefálica, que conta com reconhecimento, manutenção do potencial doador e captação de órgãos. Segundo a enfermeira do Centro de Terapia Intensiva (CTI) e coordenadora da Cihdott do Ana Nery, Jaqueline Toillier, nos dois últimos anos não houve captação de órgãos na instituição, só um protocolo aberto em fevereiro de 2023, que não teve andamento devido ao óbito do paciente.

Publicidade

Em outubro de 2024, o hospital foi autorizado a realizar transplantes de córneas, sob coordenação do médico Yuri Petermann. Já neste ano, dois procedimentos desse tipo já foram realizados.

Colaboraram Carina Weber e Márcio Souza

LEIA MAIS DE SAÚDE E BEM-ESTAR

QUER RECEBER NOTÍCIAS DE SANTA CRUZ DO SUL E REGIÃO NO SEU CELULAR? ENTRE NO NOSSO NOVO CANAL DO WHATSAPP CLICANDO AQUI 📲. AINDA NÃO É ASSINANTE GAZETA? CLIQUE AQUI E FAÇA AGORA!

Lavignea Witt

Me chamo Lavignea Witt, tenho 25 anos e sou natural de Santiago, mas moro atualmente em Santa Cruz do Sul. Sou jornalista formada pela Universidade Franciscana (UFN), pós-graduada em Jornalismo Digital e repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações.

Share
Published by
Lavignea Witt

This website uses cookies.