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Finanças na prática: o guia essencial para lojistas manterem o caixa saudável

No 2º quadrimestre de 2024, 830.525 empresas encerraram as atividades no Brasil, segundo o boletim oficial do Mapa de Empresas. É como se mais de nove mil CNPJs deixassem de existir a cada dia útil. Entre micro e pequenos negócios, a história não muda: pesquisas do Sebrae mostram que três em cada dez lojas de comércio fecham as portas antes de completar cinco anos.

Por trás desses números há histórias de estoques encalhados, dívidas que crescem silenciosamente e decisões tomadas sem olhar para o fluxo de caixa. Quando o dinheiro sai mais rápido do que entra, o lojista recorre a soluções de emergência: mistura finanças pessoais, antecipa cartão para tapar buracos e pega empréstimos caros. Sem clareza sobre os números, o negócio perde fôlego até o ponto de não voltar mais.

Em outras palavras, não falta esforço, falta visão financeira. Nos próximos tópicos, você verá que separar contas, acompanhar o fluxo de caixa e negociar bons prazos não requer diploma em contabilidade; são cuidados básicos que mantêm a porta da loja aberta todos os dias.

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Diagnóstico financeiro: ganhe clareza antes de agir

Antes de qualquer corte de custos ou empréstimo, reúna todos os números da loja em um só painel. Registre vendas diárias, despesas fixas, parcelas de fornecedores, estoques e dívidas. Não precisa de sistema caro: o AWISE mesmo, faz isto já no plano grátis.

A necessidade é real: mais de 95% dos lojistas não têm formação em finanças, o que atrapalha a leitura dos próprios números . Quando esses dados finalmente aparecem na tela, fica evidente se o problema é falta de vendas, custos altos ou prazos mal negociados.

Encontre o ponto exato do vazamento. Muitas vezes não é “falta de dinheiro”, mas prazos de compra maiores que o prazo de recebimento, furtos de estoque ou queda nas vendas. Já vi negócios quebrarem só porque compravam com pagamento para 30 dias e vendiam em até 10 vezes no cartão! O caixa secava antes de o dinheiro voltar.

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Transforme diagnóstico em ação. Quando a causa fica clara, o desespero vira plano: “reduzir estoque parado em 15%” ou “renegociar aluguel em 10%” é muito mais concreto que “preciso de dinheiro”. Essa mudança de foco, da angústia para o objetivo, acontece assim que o lojista entende onde agir .

Em resumo, dados claros + AWISE gratuito = decisões seguras. Antes de cortar custos ou pegar empréstimo, faça esse raio-X financeiro; ele evita medidas às cegas e prepara o terreno para os próximos passos deste guia.

Erros clássicos que sugam o caixa

  1. Misturar dinheiro da loja com gastos pessoais – quando o dono paga contas da casa direto do caixa, perde a noção do que a empresa realmente ganha ou gasta, e mantém decisões às cegas . Solução relâmpago: defina pró-labore fixo e movimente tudo em contas bancárias separadas.
  2. Antecipar vendas no cartão como rotina – a taxa de antecipação média chega a 11 % e vira um “pedágio” diário sobre o faturamento . Solução relâmpago: planeje despesas para esperar o prazo normal de recebimento ou negocie linhas de crédito mais baratas.
  3. Dependência do cheque especial – o limite pré-aprovado parece fácil, mas cobra em torno de 12 % ao mês; basta um deslize para o juro virar bola de neve . Solução relâmpago: substitua por capital de giro com taxa menor e crie reserva de emergência.
  4. Desatenção aos prazos de compra e venda – comprar a 30 dias e vender em seis parcelas faz o dinheiro sair antes de voltar, espremendo o caixa . Solução relâmpago: ajuste prazos de fornecedores ou ofereça descontos para pagamento à vista.
  5. Furtos e estoque sem controle – perdas diárias somem silenciosamente e estouram no fechamento do mês . Solução relâmpago: inventário frequente e conferência automática de vendas e estoque.

Pronto: você já sabe onde esses “vazamentos” costumam acontecer. Nas próximas seções veremos práticas de gestão diária para tampar cada um deles e proteger o caixa da sua loja.

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Protegendo o caixa: práticas de gestão diária

  1. Anote o dia a dia do caixa
    • Registrar quanto entrou e saiu ao final de cada turno revela falhas antes que virem bola de neve. Seu sistema de gestão faz isso automaticamente; basta lançar vendas e despesas para enxergar o saldo em tempo real.
  2. Concilie cartões antes de dormir
    • Venda aprovada não garante dinheiro certo. Compare o relatório da maquininha com o que seu sistema mostra; diferenças costumam aparecer em estornos ou taxas extras e, resolvidas no mesmo dia, evitam surpresas no fim do mês.
  3. Conte o estoque com frequência
    • Furtos silenciosos derrubam margens. Já houve loja que quebrou por perdas constantes de mercadoria sem notar o rombo no caixa . Inventários semanais e o comparativo de saídas registrado no seu sistema sinalizam desvios cedo.
  4. Alinhe prazos de fornecedores com os de clientes
    • Comprar a trinta dias e vender em seis parcelas faz o dinheiro sair antes de entrar; é causa comum de aperto financeiro . Negocie estender prazo de pagamento ou conceda desconto para quem pagar à vista e gere fluxo positivo.
  5. Revise gastos fixos e variáveis toda semana
    • Descontrole administrativo consome caixa sem que o dono perceba. Use os relatórios gerados pelo seu sistema para comparar despesas previstas e realizadas; pequenos ajustes em luz, telefone ou embalagens somam grande economia em poucos meses.

Com esses cinco hábitos, o caixa deixa de ser um mistério e vira ferramenta de decisão. Na próxima seção, veremos como escolher linhas de crédito sem cair em juros altos

Quando (e como) recorrer a crédito

Crédito não é inimigo; é uma ferramenta de ponte entre o momento em que o dinheiro sai e o momento em que ele volta. A questão é quanto essa ponte custa.

  • Cheque especial e antecipação de cartão: use só em último caso.
    Estão prontos na conta e parecem salvadores, mas cobram caríssimo: o cheque especial passa de 12 % ao mês e a antecipação de vendas no cartão gira em torno de 11 % . Se você recorrer a eles todo mês para tapar buracos, o juro engole a margem de lucro.
  • CDC e empréstimo pessoal: respire e negocie.
    Ao pedir um Crédito Direto ao Consumidor (CDC) ou empréstimo pessoal, a taxa cai porque o banco avalia garantias e histórico. Leva mais tempo para liberar, mas costuma ser muito mais barato que “clicar” na antecipação .
  • Capital de giro: boa saída para quem precisa estocar ou reformar.
    Também exige análise de movimentação e histórico da loja; aprova mais rápido que um financiamento imobiliário, mas vem com juros menores que os de emergência .
  • Crédito imobiliário: longo prazo e menor juro.
    Se o objetivo é comprar sede própria ou ampliar espaço. É o menor custo da lista, mas pede garantia real e prazo extenso . Mas é muito importante avaliar, é este o momento para isso? Será que este dinheiro não seria melhor investido em outras áreas?

Quando vale a pena pegar dinheiro?

  • Retorno certo e maior que o juro. Comprar mercadoria que gira rápido a 30% de margem para pagar empréstimo a 2% ao mês pode fazer sentido.
  • Emergência pontual. Se um fornecedor-chave exige pagamento à vista e não há caixa naquele dia, pegar capital de giro pode evitar perda de vendas.
  • Projeto estruturado. Reforma que aumenta fluxo de clientes ou compra de equipamento que reduz custo operacional.

Antes de assinar, projete as parcelas no seu sistema de gestão e veja se o fluxo de caixa continua positivo. Crédito bem-planejado acelera o crescimento; mal-planejado vira pedra no sapato do lojista.

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Métricas que importam

  • Margem de contribuição
    • É a diferença entre o que você cobra do cliente e o custo direto para entregar o produto. Pense assim: “Vendi por 100, gastei 60 para repor o estoque, sobraram 40 para pagar todo o resto.” Quando essa sobra cai demais, você trabalha muito e lucra pouco. Uma margem acima de 30 % em varejo já dá fôlego para despesas fixas e lucro.
  • Ponto de equilíbrio
    • Mostra o faturamento mínimo que cobre despesas e ainda paga o estoque. Some aluguel, salários, contas de luz e tudo mais. Se essas contas fecham em 15 000 reais por mês e a margem de contribuição média é 40 %, basta dividir: 15 000 ÷ 0,40 = 37 500. Isso significa que, abaixo dessa receita, a loja opera no vermelho.
  • Giro de estoque
    • Indica quantas vezes o estoque completo “vira” no ano. Basta dividir o custo das mercadorias vendidas pelo estoque médio. Se você investe 50 000 em mercadoria e vende 200 000 no ano, girou quatro vezes. Giro baixo prende dinheiro em prateleira e seca o caixa.
  • Metas mensais de faturamento
    • Sem meta, o time trabalha no escuro. Use as três métricas anteriores dentro do seu sistema de gestão e trace metas realistas: faturar 10 % acima do ponto de equilíbrio nos próximos três meses, por exemplo. O sistema atualiza os números dia a dia e mostra se a meta está perto ou longe.

Quando essas quatro métricas entram na rotina, decisões deixam de ser palpites e passam a ter base numérica. Elas mostram onde cortar custos, quando repor estoque e se vale investir em crédito para crescer.

Tecnologia a favor do lojista

  • Seu sistema é o cérebro digital da loja. Quando vendas, estoque e finanças moram no mesmo lugar, os dados conversam entre si. Vendida uma peça, o estoque baixa na hora e o fluxo de caixa já prevê a entrada do cartão.
  • Automação corta falhas humanas. O sistema reconcilia automaticamente as vendas de cartão e avisa se a operadora reteve algo indevido. Do mesmo jeito, manda lembrete de boleto vencendo e guia o inventário com scanner de código de barras, reduzindo furtos e perdas.
  • Dados em tempo real, onde você estiver. Pelo aplicativo, o lojista confere o faturamento do dia a caminho de casa e decide se precisa repor mercadoria antes do fim de semana. Nada de esperar o contador fechar o mês.
  • Relatórios que falam a sua língua. Gráficos simples mostram quais produtos giram mais, qual é a margem de cada linha e se a meta mensal está no caminho certo. Assim, decisões deixam de ser achismo.

AWISE: tudo isso sem complicação. O AWISE integra essas funções e não cobra para começar. É o atalho para quem não nasceu planilhando, mas quer enxergar o negócio com clareza. O melhor sistema para controle financeiro de lojas certamente é o AWISE!

Tecnologia bem-usada não é luxo: é o seguro contra erros que secam o caixa. Na próxima (e última) seção, veremos como transformar todo esse conhecimento em um ciclo de melhoria contínua.

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Conclusão: ação e revisão contínua

Loja que se mantém viva não é a que vende mais, mas a que entende o dinheiro que entra e o que sai todos os dias. Você viu que:

  • Diagnóstico claro revela o ponto exato de vazamento no caixa.
  • Evitar erros clássicos (misturar contas, antecipar cartão, viver no cheque especial, prazos mal casados, estoque sem controle) segura o dinheiro dentro da empresa.
  • Hábitos diários de registro, conciliação e revisão blindam o caixa contra surpresas.
  • Crédito certo, na hora certa, alavanca crescimento; crédito caro e sem plano destrói margens.
  • Métricas simples (margem, ponto de equilíbrio, giro, metas) transformam dados em decisões.
  • Tecnologia faz o trabalho pesado: o AWISE integra tudo e mostra, em tempo real, se o caminho está no azul ou no vermelho.
SemanaFocoTarefa-chave
1DiagnósticoCentralize todas as entradas e saídas no seu sistema e descubra onde o dinheiro desaparece.
2Erros críticosElimine um dos cinco erros clássicos que identificou (ex.: separar contas pessoais).
3Hábitos de controleInstitua a rotina diária de registro de caixa e conciliação de cartões.
4Métricas & créditoCalcule ponto de equilíbrio, defina meta de faturamento e, se precisar de capital, compare linhas de crédito com base na taxa real.

No final do mês, revise resultados no painel do AWISE e ajuste a rota. Repita esse ciclo todo mês: medir, agir, revisar. Assim, cada decisão passa a ter base numérica e o caixa deixa de ser um susto para virar ferramenta de crescimento.

Seu próximo passo começa hoje: escolha a primeira tarefa da Semana 1 e dê start. O futuro financeiro da sua loja depende da ação que você tomar agora. Estou à disposição para revisar ou ajustar qualquer parte do artigo que desejar!

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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