Você já deve ter passado por essa situação: após um período sem abastecimento de água, quando abre a torneira recebe de cara o barulho de ar nos canos e a água sai errática, para todos os lados. Alguns moradores de Santa Cruz do Sul, no entanto, continuaram esperando a água chegar por mais de duas horas e só receberam ar pelas torneiras na manhã desta quarta-feira, 10.
Em um dos relatos que chegaram ao Portal Gaz, um morador de João Alves registrou a situação por volta das 7 horas, em vídeo. Ele afirmou que a normalização aconteceu somente às 9 horas. E a questão, segundo ele, é recorrente, chegando a ter causado prejuízos em outras ocasiões. “Para quem tem caixa d’água nem percebe, só vai ver na conta. Na outra vez que aconteceu isso, estourou a boia da minha caixa d’água, só fui ver no outro dia. Toda vez que falta água acontece isso, muito ar nos canos”, disse o morador, que preferiu não se identificar.
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O superintendente regional da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), José Roberto Epstein, admitiu que o problema pode acontecer após períodos de desabastecimento, mas ressalta que a situação não deve trazer grandes reflexos para os consumidores. “O hidrômetro é um equipamento velocimétrico, é projetado para medir volume de água, até com a densidade específica da água. Eventualmente, em uma situação como a que tivemos nessa terça – uma situação programada de interrupção de abastecimento -, em algum ponto mais alto ou final de rede pode ter um acúmulo de ar durante a retomada do abastecimento. Esse volume acaba não sendo representativo, o que conta mesmo são aqueles dois últimos números, em vermelho, e não necessariamente a ‘rondaninha’ que fica girando”, disse.
Epstein orienta que os consumidores que perceberem o problema devem entrar em contato com a Corsan. “É importante que, em uma situação como esta, que o cliente esteja verificando que tem ar ou outra situação atípica de desabastecimento, que ele entre em contato conosco que a nossa equipe vai ao local para fazer o expurgo de ar ou do que possa estar em desconforme”, orientou.
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Se, posteriormente ao problema, houver diferença na conta de água, o superintendente afirma que é possível protocolar um pedido de verificação junto à Corsan. “A gente faz uma avaliação, para verificar se houve alguma interrupção que possa ter ocasionado uma distorção da média do consumo do imóvel.”
O superintendente regional ressalta, no entanto, que não é comum que a presença de ar nos canos realmente ocasione em mudanças na conta. “Em regras gerais, esta questão do ar [nos canos] não tem influência em termos de quantidade de volume. Pode girar [no hidrômetro], mas ele não é representativo em termos de medição mesmo.”
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Bloqueadores de ar
Enquanto moradores registram o problema, circulam orientações nas redes sociais e são inúmeros os tutoriais online sobre os chamados “bloqueadores de ar”. O equipamento seria responsável por fazer exatamente o que o nome diz: deixar somente água passar nos canos e impedir o ar de ir adiante. A instalação, em teoria, deveria ser feita após o hidrômetro para funcionar.
No entanto, o procedimento não é autorizado pela Corsan. “São proibidos por serem instrumentos que podem ocasionar contaminação da rede”, comentou Epstein. “Esses equipamentos não são homologados nem reconhecidos pelo Inmetro.” O superintendente citou ainda que o trecho entre a rede e o hidrômetro só pode receber intervenções da Corsan.
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