O que você diria se o presidente norte-americano Donald Trump retirasse o ex-presidente Jair Bolsonaro (uma vez condenado e asilado na embaixada americana) do Brasil com um avião americano? Seria um desrespeito ao nosso Poder Judiciário e à nossa soberania nacional?
Pois é. Foi exatamente o que o presidente Lula fez com a condenada e ex-primeira dama peruana Nadine Heredia. Em junho, a Justiça do Peru decretou sua prisão sob acusações de corrupção e lavagem de dinheiro.
Imediatamente, o governo brasileiro enviou uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) a Lima para trazê-la ao Brasil, face a oferta de asilo político. A operação foi concluída antes que a polícia peruana pudesse executar o mandado de prisão.
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Anteriormente, Lula fez muito mais. Criticou o então candidato liberal argentino Javier Milei, e continuou, depois, quando o mesmo Milei já era presidente da Argentina.
Assim como também palpitou eleitoralmente e “apoiou” a norte-americana Kamala Harris (partido Democrata), ao tempo que também nominou seu adversário Trump (partido Republicanos) de fascista e nazista.
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Recentemente, foi à Argentina prestar solidariedade à peronista Cristina Kirchner, condenada por corrupção pela Justiça argentina. Fez mais: posou em foto portando cartaz pedindo “Cristina Livre”. Pasmem, na companhia do nosso ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira!
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Agora, depois do tarifaço “trumpista”, o mesmo Lula grita e fala em soberania nacional. Ora, ora, é o suprassumo da incoerência. De todo modo, é zero surpresa.
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Afinal, Lula defende a democracia relativa, uma convicção e prática que guarda relação direta com a ideia da soberania relativa. Na verdade, sempre defendeu ambas, alternando sua prática na proporção das conveniências.
Até então motivo de orgulho nacional, em efeito colateral o Palácio Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores) treme em seus alicerces institucionais e compromete sua história e credibilidade. Não há organização diplomática que resista a uma desconstrução de sistemática autoria do líder principal da nação!
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Objetivamente, o tarifaço mundial de Trump visa a reindustrialização americana, um reequilíbrio de sua balança comercial e uma desvalorização do dólar. Afinal, a valorização do dólar prejudica a competitividade das exportações americanas, sua produção industrial e o emprego no país.
No caso do tarifaço brasileiro, pode-se cogitar, moderadamente, como fator adicional, alguns movimentos ideológicos de Lula (pregando a desdolarização mercantil no Brics) e sua relação com regimes antiamericanos. Mas não creio.
Também mantenho a convicção de que o tarifaço de Trump não tem relação com os pedidos da família Bolsonaro. Talvez, no máximo, algumas revogações de vistos americanos como retaliações específicas e direcionadas (caso Lei Magnitsky x Alexandre de Moraes).
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Significa dizer e concluir que o comportamento, as ações e as manifestações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), além de patéticas, confirmam sua estupidez política e um deprimente servilismo. Merece o Prêmio Ignóbil!
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