A falta de bom senso generalizado parece ter atingido níveis inéditos. Basta observar os mais diversos ambientes de convivência humana. No trânsito, na fila do supermercado, na sala de espera do médico, no elevador. A falta de educação e respeito é assustadora.
Recentemente participei de reunião de condomínio em um prédio recém-entregue no Litoral. A maioria dos proprietários participou de forma presencial e alguns se fizeram presentes online.
A pauta previa a necessidade de redução de custos, o que demandou bastante tempo. Um advogado experiente analisou o boleto das despesas, o que viabilizou uma significativa diminuição dos valores finais – em torno de 40% do total, o que gerou satisfação geral.
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Outros assuntos fizeram parte da pauta e, como sempre acontece, o debate desceu a minúcias que revelaram como é necessário “colocar tudo no papel” para manter o mínimo de civilidade dentro de uma pequena comunidade composta por 30 apartamentos.
O que mais chamou minha atenção foram as normas que envolveram a presença de animais no prédio. Houve consenso de que se trata de um tema moderno. Afinal, pets são onipresentes porque já integram a paisagem urbana em todos os ambientes. Fiquei pensando em como o ser humano precisa de leis e regras para cumprir procedimentos elementares de convivência coletiva.
Chegou-se ao cúmulo de incluir no regulamento do condomínio a necessidade que todo proprietário tem de recolher os dejetos de seu animal de estimação dentro do condomínio. Pode parecer óbvio demais, mas basta percorrer parques e praças para constatar que muita gente deixa “aos cuidados da natureza” o cocô de seus amados mascotes.
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Outra medida debatida – e incluída no rol das obrigações dos condôminos – dizia respeito à necessidade do uso de coleira para evitar incidentes em corredores e elevador. Isso deveria ser uma obrigação indiscutível, mas, novamente, se faz necessário enfatizar para que todos tomem consciência da importância desse comportamento.
“Se dependesse de leis, o Brasil seria igual à Suíça”, repete um amigo de longa data com toda razão. Existem leis em excesso, mas carecemos de bom senso. Ausência de conscientização e escassez de fiscalização são estímulos para burlar as regras, fortalecer o “jeitinho” e fazer dos cumpridores da lei um bando de trouxas que são motivos de deboche.
Uma reunião de condomínio é um laboratório perfeito para comprovar que os avanços tecnológicos são incapazes de despertar compromissos baseados no respeito, na educação e no bom senso. Se um pequeno percentual gasto com máquinas e dispositivos eletrônicos fosse investido em educação de qualidade, talvez tivéssemos seres humanos mais conscientes, solidários e empáticos.
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