Lá por dezembro começam as lidas com a tosquia ou tosa, como também se diz. A lã já valeu muito, mas os sintéticos deram causa à diminuição da procura. De qualquer maneira, ainda vale a pena.
A exemplo de vários produtos, como o tabaco, se não me engano, a lã tem várias classificações, e varia de que parte do animal ela é. Existem ovinos de ótima lã, mas perdem na qualidade da carne. Assim como há ovinos cuja lã não é muito valiosa, mas sua carne é excelente.
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Depois de tosado, o animal fica como se estivesse pelado, nu. O pior é que os carneiros (os reprodutores) não se reconhecem mais uns aos outros e começam a brigar, batendo cabeça. Há que os separar para que não se machuquem.
Tosado o rebanho, é preciso que não se molhem na chuva, pois podem morrer devido a um choque térmico, apesar do verão.
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Eles trabalham por turno. De manhã uma turma. Voltam para o almoço, e depois até as cobras fazem a sesta. Passada a ressolana, sai o outro grupo.
As cadelas só cruzam com o cachorro Alfa. Às vezes um novato que aporta destrona aquele Alfa. Pronto, rei morto, rei posto.
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Com cavalos a questão é complexa. Esqueçam aqueles pobres animais que ficam puxando carroças, levando chicotadas, os ossos aparecendo de tão magros. Como pode ser feliz um animal assim? Como podem as cidades ainda permitir essa tortura de um irmão nosso?
Graças ao cavalo, o homem conseguiu viajar para longe.
Então vamos fazer uma distinção. Cavalos urbanos são calmos e mansinhos. O cavalo de campo por vezes tem medo da proximidade de um carro. Uma bolsa de papel voando por causa do vento o assusta.
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Mas há algo que eu constatei. O cavalo campeiro conhece quem sabe montar e sabe quem tem medo e é inexperiente. O cavalo de fazenda te dá segundos para tu te enforquilhares (montar). Se bobeares, ele te atira fora.
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