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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Somos incapazes de conversar

A radicalização do momento atual do Brasil terá desdobramentos negativos por décadas. O Brasil vive de solavancos que vão de um extremo a outro. Na época de comunicação plena, conectividade permanente e ausência de barreiras territoriais é lamentável a incapacidade que temos de conviver com opiniões diversas.

“Quanto pior, melhor” é o mantra que orienta os que ocupam a posição de oposição. Em momento algum se observa com critério as consequências da crítica fácil, do defeito sempre ressaltado e da total inépcia em reconhecer virtudes alheias.
Independente de orientação ideológica, é fácil prever que ainda teremos muita turbulência. Ceder e promover o entendimento soa como covardia diante da possibilidade de roubar os holofotes da mídia. Esse segmento tem sido pródigo em turbinar eminências pardas, de brilho intelectual ralo, promovidas a arautos de verdades absolutas.

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O velho Giba recebia em casa o prefeito da cidade, que tinha maioria folgada na Câmara Municipal. Mesmo assim, não se furtava em construir consensos, erguer pontes de entendimento e aprovar projetos por unanimidade. “Assim mostramos à comunidade que estamos realmente empenhados em fazer o melhor pelo município”, repetia o chefe do Executivo da época, numa aula de sabedoria política.

A potencialização das redes sociais criou um palanque arrogante onde a opinião individual tenta, em todas as circunstâncias, sobrepujar o bom senso. O direito ao contraditório jaz sepultado, com o diálogo amordaçado, origem primeira da comunicação. Quanto mais modernos os meios, mais primitivo é o comportamento dos usuários através de ferramentas e plataformas. O atraso nas relações, a belicosidade e o baixo nível dos debates via web são inomináveis.
Enquanto a falta de noção é corrente, o Brasil afunda com 13 milhões de desempregados, economia estagnada, problemas reincidentes e um fosso cada vez maior entre quem ganha e aqueles que apenas sobrevivem. A dignidade humana é descartável, resultado da falta de educação que digitalmente ignora fronteiras.

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