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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Sucessão familiar

Filhos são assunto complicado, mesmo quando tudo vai muito bem. Como sempre digo, o maior problema é os pais não saberem dizer não. Minha sogra Nelcy, mãe da minha mulher Maristela, sentenciou certa feita, no seu linguajar campeiro: filho e filha nascem tudo “nefastos”. A tendência é serem indóceis. Se deixar solto, lá vai o boi ou a vaca com a corda campo afora. Depois, para corrigir, é muito difícil. 

A minha turma está bem encaminhada, mas, como não são filhos da mesma mãe, sempre há alguns ruídos. Pequenos ciúmes, queixumes. Eu raciocinei assim: vou criar todos do mesmo jeito. Não vou soltar dinheiro, nada de dar tudo na mão, ou “deixa que eu faço”. Também deliberei não espalhar, antes de minha cremação, todos os pilas que amealhei a duras penas. Só me faltava não ter uma velhice tranquila por já não ter reservas para seguir vivendo com independência. Por sinal, sei de dolorosos casos de idosos que nem administram mais seu cartão de crédito. Nem têm acesso ao que é de seu direito.

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Vou dar um exemplo: uma fazenda. Se ela tiver de ser dividida, vai dar zebra. Ela tem de ficar nas mãos de um descendente, que, desde criança, junto com sua mãe, ajudou a construir a estância no que ela é hoje. Não faz sentido picotá-la, pois não haveria mais escala para a produção. Assim, os  demais terão seus quinhões em imóveis e outros bens, para que não se destroce um projeto que anda bem. 

É constrangedor, mas a sucessão familiar não pode redundar em brigas. Às vezes, será importante uma holding bem-conduzida. Esses acertos da situação incumbem enquanto se está lúcido e ativo. Com muita conversa, bom humor, carinho, respeito, sempre é factível solução harmônica. 

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Um dos meus parceiros e amigo de anos sentenciou: “os ensinamentos milenares da Bíblia dão a solução”. Ao que repliquei: não é bem assim. No Brasil, a judicialização de tudo é o fator maior para que haja insegurança jurídica.

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