O suicídio é um assunto tabu. Ninguém comenta abertamente. Acontece a toda hora, enluta milhões de famílias, mas o silêncio que cerca esse tema é inamovível. 10 de setembro marcou o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, o que provocou a surpresa de muita gente.
Ao contrário de outras datas que chamam a atenção sobre doenças que matam milhões – câncer de próstata, tabagismo, câncer de mama, diabetes, etc. –, o 10 de setembro só agora ganhou destaque. O Rio Grande do Sul deveria olhar de maneira mais atenta para a chamada “doença silenciosa”. Eis alguns motivos.
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Em termos nacionais, a estatística também é dramática: são 32 mortes por suicídios todos os dias. Segundo a Organização Mundial da Saúde, nove em cada dez casos poderiam ser evitados. O primeiro passo para isso é provocar o diálogo, atitude com alto potencial para evitar o ato extremo.
Parece tarefa fácil, mas basta colocar-se no lugar de um familiar para descobrir como é difícil falar sobre o assunto. A dor pela perda pode ser tão dilacerante que impede qualquer tipo de manifestação verbal. E a troca de experiências poderia servir de prevenção contra futuros suicídios.
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Lembro de várias lendas (ou não) sobre suicídio que ouvi na infância. Recordo minha vó dizendo que os casos, dentro de uma mesma família, eram cíclicos:
– Se o pai se suicidou, o filho talvez não o faça, mas o neto ou bisneto vai repetir o gesto – dizia.
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A solidão, a depressão, o egoísmo exacerbado, a cultura da ostentação. Tantos motivos deveriam servir de alerta, mas só agora se vê uma mobilização para salvar milhares de vidas que se esvaem por desespero.