Regional

Telmo José de Almeida, líder na luta pelo asfalto na RSC-153, morre aos 92 anos

O responsável pela criação do Comitê Pró-Asfalto de Barros Cassal, em 1994, e grande batalhador pelo asfaltamento até Santa Cruz do Sul, Telmo José de Almeida, faleceu na sexta-feira, 10, aos 92 anos, no Hospital São Vicente de Paula, em Passo Fundo. O sepultamento ocorreu no sábado, no Cemitério Municipal de Soledade.

Ele foi casado com Ana Áurea, já falecida, e deixa enlutados os filhos Maria da Graça Almeida e esposo; Mara Lúcia de Almeida Ferreira e família; Rejane Maria de Almeida e família; Dulce Almeida Rubin e família, Álvaro Luiz de Almeida e família, genros, nora, netos, bisnetos, irmão, cunhados, sobrinhos e demais familiares.

LEIA TAMBÉM: Ecobarreira para conter lixo flutuante apresenta os primeiros resultados

Publicidade

Agropecuarista aposentado, em dezembro de 2010 não escondeu o entusiasmo ao ver a RSC-153 atravessar as suas terras nas proximidades da cidade de Barros Cassal. Em sua lembrança na época ainda estava o período, a partir de 1938, quando andava a cavalo por 80 quilômetros para estudar como interno no Colégio Marista São Luís, em Santa Cruz do Sul.

Ao longo dos anos, Almeida catalogou dados sobre a história da obra. Depois de décadas de luta, promessas e frustrações, no dia 5 de junho de 2009 viu que o sonho ainda poderia se tornar realidade. Após a publicação na Gazeta do Sul do seu relato sobre a trajetória pela construção da rodovia, a então governadora Yeda Crusius, durante o discurso, ao dar a partida para o reinício das obras em Barros Cassal, disse que pretendia tornar realidade o sonho de Almeida. Como ele estava no local, recebeu o abraço de Yeda. Na data da inauguração da rodovia, entre Santa Cruz e Barros Cassal, em 15 de dezembro de 2010, a Gazeta do Sul publicou um caderno sobre a obra com o relato da luta do agropecuarista.

LEIA TAMBÉM: Diretores da rede estadual tomam posse nesta quinta-feira

Publicidade

Conhecedor da história da região, Almeida lembrou que toda a produção das Missões e do Norte do Estado em direção aos portos fluviais de Rio Pardo e Mariante passava por Barros Cassal até por volta da metade do século passado. Recordou que o município chegou a ter 22 mil habitantes, passando a ter apenas a metade em 2010. Com a construção da BR-386, a cidade passou a integrar a área conhecida como “região dos esquecidos”. “Aqui ficou um vazio muito grande, com os menores índices de alfabetização do Estado e as menores renda per capita”, observou na época.

Mobilização nos anos 90

Na década de 1990, o então governador Alceu Collares mostrou interesse em duplicar a BR-386. O secretário estadual dos Transportes na época, Matheus Schmidt, chamou o então vice-prefeito de Barros Cassal, Telmo Almeida, e sugeriu uma mobilização. As tratativas começaram em 1991.

LEIA TAMBÉM: Corsan apresenta calendário de retomada dos trabalhos de esgoto sanitário

Publicidade

Três anos após aconteceu uma reunião em Barros Cassal, com a participação de líderes dos municípios do eixo entre Erechim e Canguçu. Nessa época, a estrada foi incluída no Programa Corredores de Exportação.

Em todos os anos de luta pelo asfalto, Almeida ressaltou a cobertura jornalística da Gazeta do Sul. Observou que nenhum outro órgão de imprensa esteve tão presente nesses anos todos. E destacou a coragem da governadora Yeda Crusius na época em tornar realidade a rodovia, mesmo depois de não obter a reeleição. Almeida participou ativamente da política de Barros Cassal. Foi o primeiro associado e sócio fundador da Sicredi Botucaraí RS/MG, detentor da matrícula 001 da cooperativa.

LEIA AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS DO PORTAL GAZ

Publicidade

Guilherme Andriolo

Nascido em 2005 em Santa Cruz do Sul, ingressou como estagiário no Portal Gaz logo no primeiro semestre de faculdade e desde então auxilia na produção de conteúdos multimídia.

Share
Published by
Guilherme Andriolo

This website uses cookies.