Ainda que tardia, minha homenagem às escolas e aos professores, com reconhecimento de seu valioso e honorífico trabalho e a compreensão de suas angústias e dificuldades diárias.

Embora vejamos aqui e acolá positivos esforços individuais e coletivos, de instituições públicas e privadas, a realidade dos fatos e dos números insiste em evidenciar a decadência qualitativa do ensino nacional.
Pesquisa divulgada pela Organização e Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) confirma que “os professores brasileiros se sentem desvalorizados (…) sentem-se desrespeitados e desestimulados”.

Mais: “Apenas 14% dos professores disseram se sentir valorizados pela sociedade (…) e somente 53,5% dos docentes afirmaram que se sentem valorizados pelos pais e pelas famílias dos estudantes (…) e disseram que gastam nada menos do que 21% do seu tempo em sala de aula para manter a disciplina).” Fonte: Estadão, 21/10/25).

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O tema educação e ensino nacional sempre foi polêmico e desgastante, notadamente nas relações com as instituições governamentais, sobretudo face a questões que dizem respeito às carreiras e aos rendimentos salariais.

Há dezenas de temas inerentes que ensejam pesquisas, reflexões e abordagens profissionais, de modo que vou limitar-me a opinar sobre dois itens comportamentais que julgo relevantes, quais sejam: hierarquia e disciplina.

Nos últimos vinte anos, prepondera um ideal, pretensamente democrático, que permite a participação direta (via eleitoral) de pais e alunos na designação de diretores, entre outros dirigentes.

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Além de revelar-se como “berçário político-ideológico” em muitos casos, o modelo tem fragilizado a autoridade e a hierarquia dos professores, diretores e escolas. No setor público, as consequências são piores.

A participação de pais e alunos na definição diretiva aumenta a pressão sobre escolas e professores afeitos à disciplina e ao bom desempenho (exigências e notas mais rigorosas). Logo, escolas e professores estão sujeitos às narrativas vitimistas dos “maus” alunos.

Consequentemente, tornaram-se comuns os casos de violência e desrespeito em salas de aula, tanto de parte de alunos quanto dos seus próprios pais, ao reivindicarem “direitos” na escola. Mas, ao contrário do refrão do comércio em geral, nas escolas raramente “o cliente” tem razão!

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A violência e o desrespeito são frutos de uma idealização, ironicamente denominada de “democratismo”, que subestima a natureza humana e minimiza princípios essenciais como a hierarquia e a disciplina.
Aliás, esse equívoco tem-se reproduzido também nos clubes de futebol, que têm admitido o voto dos torcedores em seus processos eleitorais, até então, e historicamente, destinados só aos membros do Conselho Deliberativo. Resultado: invasões em treinos e ameaças a dirigentes e jogadores.

A propósito do tema escolar, não deixe de assistir este exemplar vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=XMS8mYL_q_E.

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Astor Wartchow

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Astor Wartchow

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