A crise política levou o dólar comercial, usado no comércio exterior, a fechar próximo ao patamar de R$ 3,13 e a Bolsa a recuar 1,6% nesta segunda-feira, 9. O mercado foi influenciado pela divulgação, na última sexta, 6, de nomes de investigados na Operação Lava Jato da Polícia Federal, que figuram na “lista de Janot”, e pelas manifestações contrárias ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT), durante pronunciamento realizado nesse domingo, 8, em várias cidades do país.
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 2,17%, a R$ 3,116, maior valor desde 28 de junho de 2004. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, encerrou o dia com valorização de 2,35%, a R$ 3,129, após atingir a máxima de R$ 3,134 durante o pregão. É o maior patamar de fechamento desde 22 de junho de 2004, quando encerrou a R$ 3,134.
A Bolsa também foi afetada pelo pessimismo no mercado financeiro. O Ibovespa, principal índice do mercado acionário, fechou com queda de 1,6%, a 49.181 pontos. Das 68 ações negociadas, 53 caíram, 12 subiram e três fecharam estáveis.
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PROJEÇÕES ECONÔMICAS
Nesta manhã, o Banco Central deu sequência ao seu programa de intervenções no mercado de câmbio, negociando contratos de swap cambial (equivalentes a uma venda futura de dólares). O mau humor dos investidores foi agravado pela pesquisa semanal do Banco Central com economistas, o chamado boletim Focus, divulgado nesta segunda, 9.
As projeções apontam para uma inflação maior neste ano, a mais alta desde 2003, e retração do PIB em 2015, a mais intensa desde 1990. “O mercado enxerga um IPCA [índice oficial de inflação] na casa de 8% em 2015 em função do aumento dos preços administrados”, diz Roberto Indech, da Rico.
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EXTERIOR
Além da crise interna, fatores externos continuam pressionando a moeda americana, em especial a recuperação da economia dos Estados Unidos, que poderia levar o banco central americano a elevar os juros no país em breve. Um aumento dos juros deixa os títulos americanos – considerados de baixo risco e cuja taxa de remuneração acompanha a oscilação do juro básico – mais atraentes aos investidores internacionais, que preferem aplicar seus dólares lá a levar os recursos para países de maior risco – como emergentes, incluindo o Brasil.
Diante da perspectiva de entrada menor de dólares no Brasil, o preço da moeda americana sobe. O real registrou a maior desvalorização das 24 principais moedas emergentes moedas. Desse total, metade conseguiu ter valorização ante a divisa americana.
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