O que seria mais um dia de trabalho gerou medo e insegurança a uma agente de endemias que atua na Secretaria de Saúde de Santa Cruz do Sul, em ações de prevenção e controle de doenças como a dengue. Enquanto visitava residências no Bairro Independência, na região conhecida como Cohab, na tarde da quarta-feira, 10, a profissional teria sofrido uma tentativa de estupro. O caso já chegou ao conhecimento do Município.
Conforme relato obtido pela Gazeta do Sul, ela retornava ao posto de saúde quando foi abordada por um homem, que teria forçado abraços e beijos e ainda tentou colocá-la à força dentro de um carro. Duas mulheres teriam presenciado a cena e a ajudaram a se desvencilhar do agressor, que fugiu.
A profissional sofreu ferimentos nos braços e foi até o posto de saúde para pedir ajuda. A equipe do local acionou o botão do pânico, mas o sistema não teria funcionado. A Brigada Militar foi chamada e a vítima registrou um boletim de ocorrência.
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A situação não teria sido um caso isolado. Uma pessoa ouvida pela reportagem, sob a condição de não ser identificada, afirmou que tem conhecimento de outros casos semelhantes. “Em um deles, uma agente foi agarrada. Em outro, duas profissionais ficaram presas no pátio de uma casa onde o morador chegou a dizer que não iria deixá-las sair e faria o que quisesse com elas, por estarem dentro do seu imóvel”, contou.
Relatos desse tipo passaram a preocupar as profissionais, que cobram providências. “As medidas adotadas quando isso acontece são trazer as vítimas para a base da Vigilância Sanitária no Centro e mandar outras agentes para o mesmo lugar. Isso só enxuga o gelo e não acontece nada”, alertou.
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Com o fato de quarta-feira, as trabalhadoras dizem estar com medo de realizar suas atividades, pois temem pela segurança. “Além disso, elas ficam com receio de relatar os problemas por medo de sofrer represálias e perder seus empregos. A maioria delas é mãe de família e está nesse trabalho porque precisa, e estão com medo de não voltar mais para casa”, finalizou a fonte ouvida pela Gazeta do Sul.
O secretário municipal de Saúde, Rodrigo Rabuske. e a diretora de atenção primária, médica Clauceane Venzke Zell, confirmaram que têm conhecimento sobre o caso. Eles também afirmaram que estão prestando suporte à agente.
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Conforme Rabuske, a pasta se colocou à disposição para auxiliar a vítima. “Foi um fato que aconteceu na rua e após boletim de ocorrência, está em investigação pelos órgãos de segurança para identificar o suspeito.”
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A diretora explicou que a profissional está de atestado médico e afastada de suas atividades. “Estamos acolhendo a servidora, que será encaminhada para avaliação médica e receberá todo suporte com psicólogo e assistência social. Nos colocamos à disposição dela com a coordenação jurídica para as medidas cabíveis que se fizerem necessárias”, frisou Clauceane.
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Questionado sobre outros casos de agressões envolvendo agentes de endemias, Rabuske informou ser esse o primeiro a chegar ao seu conhecimento. Com relação ao botão do pânico ter sido acionado e não funcionar no posto de saúde, o secretário disse não ter recebido esse relato. “Iremos verificar o que aconteceu e analisar se está com algum problema na comunicação e, se de fato, a Guarda Municipal foi acionada”, informou.
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A respeito da segurança das agentes de endemias, ele disse que a área possui uma coordenação e que não chegaram relatos de outros problemas. “Quando ocorre uma situação dessas, pensamos em melhorias na segurança. Vamos trabalhar com as forças de segurança para reforçar os atendimentos e pensar em mecanismos internos para proteger os servidores.” Rabuske confirmou que pretende realizar uma reunião com a coordenação e agentes de endemias para debater o tema.
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“Repudiamos qualquer tipo de situação dessas, sendo inaceitável permitir a violência contra a mulher. É inadmissível isso ter ocorrido e que seja investigado pelos órgãos competentes. Estamos trabalhamos para preservar a segurança de todos os servidores”, salientou Rabuske.
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