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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Traficantes escondiam drogas dentro de sepulturas

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Capitão Dutra mostra tumba onde traficantes guardavam entorpecentes, que era repassado para consumidores ao longo da noite

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Às margens do rio que dá nome à cidade, próximo dos trilhos de trem, o imponente Cemitério Municipal de Rio Pardo tem túmulos centenários. Diariamente, uma grande quantidade de visitantes ocupa o espaço, no Bairro Nossa Senhora do Rosário, para prestar homenagens ao seus entes queridos. Alguns ficam até as 17h30, quando os imensos portões são fechados e chaveados.

Porém, na noite da última sexta-feira, 18, a movimentação nas imediações, bem depois do horário do fechamento, chamava atenção. O entra e sai de veículos no local, ao final da Avenida Bom Fim, era grande. O que os motoristas não imaginavam é que três agentes da Força Tática da Brigada Militar de Rio Pardo estavam de campana, verificando informações de que criminosos vinham utilizando o entorno do Cemitério Municipal para cometer atos ilícitos.

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Ao retornar para o carro, o suspeito foi surpreendido por um dos PMs. Enquanto isso, os dois outros policiais já haviam pulado o muro e, dentro do cemitério, encontraram o homem que havia repassado algo ao comparsa pelas grades do portão. Ele ainda tentou fugir. Durante a perseguição, os policiais militares sofreram escoriações, mas conseguiram contê-lo.

No bolso do criminoso do lado de fora, os PMs encontraram seis petecas de cocaína e R$ 400,00 em dinheiro trocado. Já no interior do cemitério, os homens da Força Tática localizaram 18 porções de crack em sacos plásticos, escondidas dentro de uma sepultura. Acabava ali uma ação criminosa que, pela ousadia e caráter inusitado, impressionou até mesmo os agentes da lei.

Segundo o capitão Renan Todendi Dutra, da Brigada Militar de Rio Pardo, a sistemática da dupla consistia em atuar sob demanda | Foto: Cristiano Silva
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À frente do cemitério, os poucos postes de luz estão com as lâmpadas quebradas. Não por acaso. “À noite, em virtude das lâmpadas quebradas, a escuridão é total, de maneira que dificilmente são moradores que chegam próximo ao cemitério, até porque o local fecha às 17h30. Normalmente, quem vem até a entrada do local, vem para comprar drogas”, observou o capitão Renan Todendi Dutra. Ontem ele acompanhou a reportagem da Gazeta do Sul até o cemitério do Bairro Nossa Senhora do Rosário, também conhecido popularmente como Vila Nova.

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Segundo Dutra, os traficantes costumam usar os túmulos mais da frente do cemitério, por serem mais antigos e mais deteriorados, o que facilita a abertura das sepulturas. A proximidade do ponto com o trilho de trem também oferece uma vantagem aos criminosos. “Acaba sendo uma rota de fuga, pois há um barranco dos dois lados dos trilhos, onde eles descem correndo e a viatura não consegue ter acesso”, complementou o capitão da BM.

Dutra: estratégia para escapar da prisão
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Já na delegacia, ambos ainda reclamaram da atuação dos PMs, afirmando que a Brigada estaria “interferindo demais nos negócios” deles. Também ameaçaram os policiais de morte, caso eles voltassem a agir no local. Um dos suspeitos, o de 30 anos (que estava agindo do lado de fora do Cemitério Municipal), foi preso em flagrante e encaminhado ao Presídio Regional de Santa Cruz.

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Já havia contra ele registros por porte ilegal de arma, posse de entorpecentes, crimes contra a fauna e um caso de Maria da Penha. Em março, ele havia sido detido com drogas, após a localização dos entorpecentes na sala de sua residência. Em julho, novamente foi autuado por tráfico quando estava chegando em casa. Em ambos os casos, foi liberado devido às normas referentes à pandemia, que recomendam a soltura de autores de delitos sem violência.

Delegado Faturi: preventiva foi decretada


“Nesses casos, há uma série de regras que precisam ser obedecidas pelos presos que são liberados. Como houve a reincidência no crime pela terceira vez, decretou-se a prisão preventiva e ele foi recolhido ao presídio, ficando à disposição da Justiça”, comentou o titular da Delegacia de Polícia de Rio Pardo, Anderson Faturi. “Normalmente, os traficantes guardam as drogas em outros locais que não as suas casas, como em residências de vizinhos ou em construções desabitadas. No caso deste, como morava nas proximidades, ele usava o cemitério, onde a quantidade de esconderijos é grande”, complementou o delegado Faturi.

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O outro acusado, de 33 anos (que estava no lado de dentro do cemitério), entrou no flagrante como testemunha. Já havia contra ele um registro por tráfico de entorpecentes. Na tarde dessa quarta-feira, a reportagem da Gazeta do Sul foi até o cemitério e constatou que o rapaz continuava circulando pelo local.

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