Em maio, na sua entrevista para o jornal “O Estado de S. Paulo”, Tom Holland disse que nunca agradecerá suficientemente a duas pessoas fundamentais para ele. “Meu pai é ator e escritor, minha mãe é fotógrafa, mas foi ela que me matriculou numa escola de dança e insistiu para que eu aprendesse a dançar. Um dia lhe disse que ia fazer o teste para o musical Billy Elliot e ela, sem me desencorajar, disse que seria muito difícil de conseguir, porque todos os garotos do West End (de Londres) estariam audicionando para o papel. Mas eu fui e Stephen Daldry (o diretor do filme) me escolheu. Lhe disseram que não era bom de sapateado, mas ele retrucou que eu poderia aprender. Seu instinto dizia que o papel teria de ser meu, e foi.”
De Billy Elliot, no palco, para Peter Parker/Homem-Aranha na tela a trajetória de Tom Holland foi marcada pela intervenção de outros padrinhos. “Fiz um papel pequeno em No Coração do Mar (de Ron Howard) e Chris Hemsworth foi meio paizão, me dando conselhos. E depois ainda vieram Robert Downey Jr. e Chris Evans, que insistiram com a Marvel para que ele ganhasse o papel em Capitão América – Guerra Civil, dos irmãos Anthony e Joe Russo. Os produtores queriam se assegurar de que não teriam problemas com um moleque que, afinal, seria contratado para uma série de três filmes nos quatro anos seguintes.”
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O longa que estreia nesta quinta, 6, tem tudo para se converter no megaêxito de bilheteria sonhado pela distribuidora Sony. John Watts fez um filme teen, afinado com o Universo Marvel (e os quadrinhos). Não é Christopher Nolan nem Zack Snyder, que às vezes decepcionam os fãs de Batman e Superman ao se distanciar dos quadrinhos. Snyder, por exemplo, recolhe da mitologia o que lhe interessa – é um autor de tragédias familiares. Superman e o pai no primeiro filme, e a mãe no segundo, Batman vs. Superman. Você com certeza deve ter ouvido falar no “retrato do escritor quando jovem”. De Volta ao Lar é, mais ou menos, o retrato do herói quando jovem – em treinamento.
Holland adorou trabalhar com Michael Keaton, que faz o vilão da história. “Pô, o cara foi Batman, faz parte do imaginário de qualquer pessoa que curta cinema e quadrinhos.” Keaton traz sua persona para o papel. O Abutre usa asas, como o Birdman do longa de Alejandro González-Iñárritu que o candidatou ao Oscar. E como Ray Kroc, de Fome de Poder, sobre o comprador da cadeia McDonald’s, vive dizendo hot-dog. Esse tipo de gracinha visa a garantir a identificação do público com o universo do filme. E ah, sim. Fique até o fim dos créditos. Tem duas cenas que você se arrisca a perder, se sair antes.
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