Romar Beling

Um mestre das letras, da África para o mundo

Entre dezenas (talvez centenas) de escritores referenciais do continente africano na atualidade, um nome paira soberano e como uma estrela maior: Wole Soyinka. Aos 91 anos, esse nigeriano é uma referência algo incontornável há décadas. E se tornou ainda mais celebrado quando recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1986, há quase quatro décadas.

Não muitas obras de Soyinka estavam disponíveis até o momento em edições brasileiras (ou portuguesas). A elas vem juntar-se, agora, um romance (na verdade, apenas o terceiro de sua autoria, em mais de 60 anos de carreira) que promete leitura de primeira qualidade. Crônicas da terra das pessoas mais felizes do mundo, com tradução de Karen de Andrade, em 656 páginas, a R$ 139,90, sinaliza já no título a abordagem simpática (mas cuidado: também irônica) com o continente africano.

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Na história, quatro jovens nigerianos retornam a sua terra natal após muitos anos estudando na Europa (detalhe: esse foi também o percurso do próprio Soyinka). Eles chegam determinados a colaborar no desenvolvimento do país, após o regime colonial. Mas nos anos seguintes a nação se vê às voltas com sucessivos golpes de estado, com ditaduras, com perseguições, fanatismo, e o que era esperança vira desilusão, o que era confiança vira frustração.

Como obra de fôlego, promete pairar como um atestado de um estado de coisas (e de espírito) não só da Nigéria, mas de muitas das nações africanas em seu contexto pós-colonial.

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Romar Behling

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