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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Uma anatomia do terror

Os recentes atentados mortais ocorridos na Europa, especialmente, provocam as mais variadas tentativas de explicação e compreensão acerca das eventuais razões que possam haver motivado seus autores. Alguns acreditam que os fatos são um subproduto e consequência direta da história presente e passada de intervenção e colonização geopolítica (pelos europeus, principalmente) dos ditos territórios e nacionalidades dos autores, ora em suspeição e julgamento. Como se fora um permanente estado de vingança.

Outros atribuem a realização e autoria dos atentados ao fanatismo dogmático-religioso supostamente apregoado e praticado pelos autores, que teria como característica essencial a incompatibilidade e intolerância quanto a alguns aspectos da cultura e estilo de vida ocidentais. São duas explicações bastante razoáveis e sustentáveis social e historicamente. Afinal, é (praticamente) consensual a constatação dos danos resultantes das práticas intervencionistas de natureza econômica, social e militar, bem como a natureza da tutela política de países e regiões periféricas, a exemplo do Oriente Médio.

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Então, planejado ou improvisado, ação pessoal ou coletiva, também é possível deduzir que os atentados possam ser uma consequência da não adaptação (pessoal ou grupal) às circunstâncias históricas e a presente celeridade das mudanças sociocomportamentais. O excesso midiático das circunstâncias sociais, políticas e econômicas modernas/ocidentais contradiz a retórica e prática conservadora desses indivíduos e grupos, e determina o ânimo deliberativo e contestador do próximo atentado.

“Lobos solitários” ou não, em seu estado emocional, em seu (des) entendimento, os autores não matam pessoas, mas sim eliminam um estado de espírito, uma imagem, uma lembrança incômoda que os acompanha em todos os lugares. Finalmente, quero cogitar e admitir a hipótese de influência das fartas notícias de outros e anteriores 
atentados, do mesmo tipo e motivação, no ânimo e deliberação (de cometer a dita loucura) do próximo e potencial atentado.

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