Tenho insistido na ideia de que o debate nacional já não deveria ser, há muito tempo, em torno de lulopetistas e bolsonaristas, ainda que responsáveis pelo reiterado estado de discórdia semeada. Sem contar a lastimável colaboração negativa do Supremo Tribunal Federal.

O núcleo do debate deveria ser em torno do destino da nação e do Estado, das perspectivas dos negócios públicos e privados, das contradições sociais e econômicas, do crescimento da criminalidade organizada (facções), entre outras demandas urgentes.

Afinal, para onde estamos indo? Há um projeto de nação? O que o futuro reserva aos brasileiros de todas as idades? Como explicar e justificar a continuada degradação educacional?

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Não bastasse a interesseira subserviência e a omissão da grande mídia nacional, que poderia inaugurar e liderar esse debate, impõe-se destacar o deprimente nível do Congresso Nacional, recheado de infiéis depositários da esperança.

Os três poderes de Estado têm proporcionado inúmeras decepções e frustrações. Escândalos, fraudes, abusos, apropriações indébitas da elite estatal, etc. E tudo o que está acontecendo tem uma vertente principal. É a certeza da não punição.

Mas o prejuízo maior da nação é a quebra de confiança, um alicerce fundamental no ideal republicano. Se perdemos a compreensão, a convicção e a clareza em torno das razões de nossa convivência e a manutenção da nação, significa que estamos a perigo.

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Estamos perdendo a confiança que deveríamos ter uns nos outros. E a falta de confiança é um grave precedente que destrói a unidade social e nacional. A sucessão de fatos desagradáveis revela a natureza da crise. Nossa democracia é uma farsa e se resume a um mecanismo eleitoral.

Entre tantos outros, um sinal que explica a gravidade do momento diz respeito ao crescimento (irresponsável) do gasto público. Sucedem-se os recordes de arrecadação de tributos. Mas a dívida pública tem crescido continuamente. E o cenário se agrava na exata proporção em que não há uma entrega qualitativa e eficiente dos serviços públicos.

A população está cansada e exaurida financeiramente. Há dezenas de impostos, contribuições e taxas federais, estaduais e municipais. Cálculos frequentes indicam que a população trabalha praticamente seis meses por ano exclusivamente para o Estado brasileiro.

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O montante arrecadatório estatal alcança uns 40% do Produto Interno Bruto (PIB). Repito, totalmente desproporcional em relação aos bens e serviços entregues à população. E nem falamos sobre o desperdício e a corrupção!

Aliás, entra crise, sai crise, entra fraude, sai fraude, crescemos ouvindo que o Brasil é maior que o abismo. Não tenho certeza disso. Algo está acontecendo. Ou o Brasil está encolhendo, ou o abismo “cresceu”!

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Astor Wartchow

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Astor Wartchow

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