Cultura e Lazer

Uma obra-prima com a marca de Corman McCarthy

Não é toda hora que um escritor em vias de completar 90 anos surpreende com peça revolucionária. Pois o norte-americano Corman McCarthy, em vias de completar nove décadas em 20 de julho, simplesmente entrega (mais) uma obra-prima.

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E nem significa (longe disso) que se possa ou deva nomear essa peripécia de canto do cisne. McCarthy já assinou penca de romances que merecem a alcunha de clássicos (Meridiano de sangue, Todos os belos cavalos e A estrada entre eles, e no Brasil podem ser encontrados pela Objetiva e pela Alfaguara). Mas o fulgurante e instigante O passageiro, lançado em 2022 pela Alfaguara, se trouxe o mesmo e eficiente ritmo de escrita de um mestre da ficção, inova a ponto de desconcertar. E, na verdade, é apenas o primeiro de um díptico, estratégia nem tão rotineira no mercado editorial (veem-se, isso sim, trilogias, quadrilogias ou até séries ainda mais longas).

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Assim, ao lado de O passageiro, os leitores agora poderão apreciar o romance que fecha esse enredo, Stella Maris, e que acaba de chegar às livrarias nesta semana, em tradução, a exemplo do primeiro, de Jorio Dauster (184 páginas, a R$ 59,90), novamente pela Alfaguara. Se o primeiro volume centrava-se na vida de Bobby Western, Stella Maris ilumina a irmã dele, Alicia, internada em um hospital psiquiátrico. E assim se conhecerá (até onde é possível) o tipo de relação que eles haviam estabelecido.

Não se deve desconsiderar que esse romance duplo renda a McCarthy, finalmente, o Nobel de Literatura. E seria nada menos do que merecido.

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Guilherme Bica

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