Eu tinha três opções para me vacinar. Unistalda, onde se situa nossa fazenda. Cinco mil habitantes. A maioria de pessoas com poucos recursos. Achei que não me seria lícito tomar o lugar de alguém pobre. Essa é a palavra: pobre. A maioria é de uma pobreza digna. São pessoas honestas, respeitosas, todos se conhecem. Mas ficaria horrível tirar de qualquer habitante sua chance de se vacinar.
Teria a possibilidade de optar por Xangri-Lá, onde estou recluso naquele paraíso. Tenho tudo de que preciso. Mas nem tudo são flores na rica e pequena cidade. Quem passa pela estrada do mar e cruza olhando à esquerda vê inúmeros casebres. Tem muita gente pobre, conquanto não haja criminalidade. Daí que eu digo que são heróis os garis, os pedreiros, pintores, cortadores de grama, catadores de latas de cerveja.
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Descartei Xangri-Lá.
Restou Porto Alegre, onde também tenho casa.
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Dia 8 será o reforço. Os militares me deram uma caderneta onde tudo está apontado. Que organização!
Aqui na praia, 90% dos caminhantes são jovens. E acreditem, pasmem, não usam máscaras.
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Praza aos céus que o Presidente, os governadores e os prefeitos cuidem mais da administração, de preferência fiquem mais quietos, unam-se, as eleições estão longe e deixem o resto para os médicos e trabalhadores da saúde, esses anjos do bem.
…
Moro: eu não disse desde o começo? Ovelha não é para mato.
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