Capela levada pela força da água, no Bairro União, em Sobradinho, nas enchentes de abril e maio de 2024
Uma lição que ficou para muitas pessoas após as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em 2024 foi a necessidade de se estar sempre alerta para novos eventos. Por mais que a natureza seja imprevisível, é possível se basear nos impactos dos eventos climáticos extremos passados para pensar em novas medidas de prevenção. Divulgado na última semana, durante o 26º Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, em Vitória (ES), o Atlas de Risco a Inundações do RS traz um diagnóstico técnico sobre o tema.
O estudo, desenvolvido pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) em parceria com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), a Defesa Civil estadual e o Serviço Geológico do Brasil (SGB), analisa as áreas urbanizadas mais suscetíveis a inundações no Rio Grande do Sul. O levantamento revelou que 346 municípios gaúchos – cerca de 70% do Estado – apresentam risco significativo de cheias ou enxurradas.
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No Vale do Rio Pardo, dos 28 municípios da área de abrangência da Gazeta Grupo de Comunicações, 24 constam como suscetíveis a esses eventos climáticos. Dois deles foram apontados com risco considerado muito alto, o nível mais extremo da escala: Santa Cruz do Sul e Sobradinho. Outros dez estão no patamar alto: Candelária, Cerro Branco, Encruzilhada do Sul, General Câmara, Pantano Grande, Rio Pardo, Salto do Jacuí, Sinimbu, Vale Verde e Venâncio Aires.
Ainda, sete municípios aparecem com médio risco e outros cinco com baixo risco. Apenas quatro não foram classificados: Gramado Xavier, Herveiras, Passa Sete e Tunas. O relatório ressalta que a ausência de classificação não significa que o município esteja isento de risco, visto que isso também pode ocorrer devido a limitações de dados, como inexistência de registros históricos de desastres.
Para classificar o risco municipal, o novo atlas utilizou três abordagens complementares:
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O levantamento do Atlas de Risco a Inundações do RS se baseia no histórico de eventos climáticos cadastrados no S2ID entre 1991 e 2024. Nesse período, foram 196 episódios do tipo no Vale do Rio Pardo – 136 registrados como enxurradas e 60 como inundações -, sendo que 55 deixaram desabrigados e/ou desalojados.
Em relação ao número de eventos que provocaram dano humano, Venâncio Aires teve a maior incidência: foram dez registros ao longo do período analisado. No desastre mais significativo, foram 12 mil pessoas atingidas, entre desabrigados e desalojados. Em seguida, aparecem Rio Pardo e Santa Cruz do Sul, com sete; e Sinimbu, com cinco.
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Já sobre o maior dano humano registrado, após Venâncio Aires, aparecem Candelária, com 5.342 pessoas desabrigadas ou desalojadas no evento mais significativo; Rio Pardo, com 3.502, e Santa Cruz, com 1.996.
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O Atlas também traz dados sobre a população de cada município que está em áreas de risco para inundações, conforme a base cartográfica do Serviço Geológico do Brasil (SGB). Nesse quesito, Candelária tem os números mais preocupantes, com 11.544 pessoas sob risco – cerca de 40% da população do município. Venâncio Aires aparece em segundo, com 3.720, seguida por Santa Cruz do Sul, com 2.828; Sobradinho, com 1.596, e General Câmara, com 1.508.
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A secretária estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann destaca que o Atlas oferece uma base técnica sólida para qualificar as políticas públicas e aprimorar a prevenção. “O estudo é resultado de um grande esforço conjunto e será decisivo para apoiar os municípios na construção de estratégias mais eficazes diante dos eventos meteorológicos extremos”, avalia.
Segundo o governo estadual, o documento oferece subsídios estratégicos para definição de prioridades de investimento, elaboração de planos de contingência, instalação ou melhoria de sistemas de alerta, construção de obras de proteção, zoneamento de áreas de risco e fortalecimento da gestão integrada entre Estado e municípios. O Rio Grande do Sul foi escolhido para iniciar a atualização nacional do Atlas após as cheias registradas em 2023 e, especialmente, em 2024.
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