É em meio a um momento sem precedentes na história mundial e após um ciclo turbulento da política local, com denúncias que levaram à cassação de três vereadores e renúncia de outro, implosões de alianças de décadas e uma intensa migração de lideranças entre partidos, que Santa Cruz do Sul viverá a eleição municipal mais disputada desde a redemocratização. Com sete candidaturas e sem favoritismos evidentes, a expectativa é que os 45 dias de campanha sejam agitados.
Além da pulverização, o que só havia ocorrido no período em que vigorava o sistema das sublegendas (em que um mesmo partido podia indicar mais de um candidato a prefeito), os candidatos ainda terão que enfrentar a resistência de parte da população em comparecer às urnas devido às restrições de contato social, o que pode elevar as abstenções. Em função do distanciamento, a tendência é de menos movimentação nas ruas e forte aposta na TV e internet, sobretudo nas redes sociais.
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Uma das novidades da eleição é a divisão dos progressistas. Com a saída do prefeito Telmo Kirst do PP no ano passado, o grupo que vinha disputando as eleições nas últimas décadas se dissolveu, gerando duas candidaturas. Outros partidos que estiveram com o atual governo em pleitos anteriores, como MDB, PDT e PSDB, também estarão em frentes paralelas dessa vez. Uma legenda, o Novo, vai participar da eleição municipal pela primeira vez.
A corrida ainda será marcada pelo embate entre expoentes da nova geração da política local e figuras tradicionais do xadrez eleitoral, e tudo indica que a necessidade (ou não) de renovação será um dos temas predominantes. Outro assunto que deve pautar o pleito é justamente a pandemia, incluindo os seus impactos na economia, a condução do enfrentamento da crise pelo poder público e as estratégias de recuperação.