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Vida real: Valter, o marido de aluguel

Antes de falar de uma vida inteiramente profissional, é imprescindível, neste caso, que se fale primeiro de amor. Inicialmente do amor fraterno, aquele que se cultiva na infância e se mantém na adolescência, mas depois sua intensidade requer que a única escolha seja a de uma verdadeira vida a dois. Valter e Carol nasceram em bairros diferentes de Cachoeira do Sul. Ele no Marina, e ela no Fátima. Valter Moraes  tinha uma tia, a Tereza, que morava próximo da casa de Carol. As visitas esporádicas ao outro bairro permitiram que um percebesse que o outro existia.

O Valter, menino, era muito dedicado em suas responsabilidades. Estudava pela manhã e à tarde auxiliava o pai, seu Carlos, na oficina mecânica para tratores. Aos 15 anos, especializou-se em eletricidade por meio de um curso no Senai. Aos 18 prestou serviço militar e um ano depois, conviccto do que queria para si, chegou para seu Carlos e disse: “Pai, eu não vejo muito futuro pra mim por aqui. Com a sua permissão, eu gostaria de tentar uma vida melhor em outro lugar. O senhor me autoriza?”. Com a bênção de seu Carlos, Valter escolheu morar em Santa Cruz do Sul.

Ele encontrou uma pensão e apresentou seu currículo para o Sine. Seu perfil era tão satisfatório que pôde escolher entre três oportunidades de emprego que lhe ofereceram. “Tudo o que aprendi devo muito a meu pai”, reconhece ele. Durante 20 anos trabalhou em manutenção industrial em duas empresas. Nesse meio-tempo, passou no vestibular para Educação Física, especializou-se na dança da capoeira e, depois de 15 anos, trouxe a cachoeirense Carol para morar com ele.

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Em novembro de 2013, após se desligar da empresa em que trabalhava, foi Carol quem plantou a ideia que daria um novo rumo para a rotina de Valter Moraes. Depois de ver numa reportagem que em São Paulo existia uma prestadora de serviços chamada Marido de Aluguel, ela chegou para o companheiro e disse: “Por que não, amor?”. Desde então, há pouco mais de um ano, toda vez que o telefone de Valter toca, esta é a primeira pergunta que ele faz: “Qual é o serviço que seria pra ti?”.

Responsabilidade

Em um dia de sol quente, debaixo de uma árvore na Avenida do Imigrante, Valter contou sua história de amor à vida, à família e, especialmente, de comprometimento com aquilo que faz. Atencioso e muito profissional nos seus serviços, conta que nem foi necessário fazer muita propaganda de seu ofício. “Eu nem precisei distribuir todos os meus cartões, porque as pessoas comentam umas com as outras e é assim que ficam sabendo do meu trabalho”, comenta.

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Para a sorte de Valter, Carol é bem compreensiva com ele. Como o trabalho requer disponibilidade de 24 horas, não são poucas as situações em que os dois despertam na madrugada com o telefone chamando. “Eu nunca deixo de atender as pessoas, porque, se elas ligam pra mim, é porque elas precisam naquele momento”, salienta. Além de trabalhar como Marido de Aluguel, prestando serviços nas áreas elétrica e hidráulica, Valter também dá aulas de capoeira. Para quem quiser contatar o profissional, seus telefones são (51) 9880 1665 e (51) 9223 1096.

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